Meta muda postura com chegada de Trump

Facebook abandonará checadores de fatos: 'têm sido muito tendenciosos politicamente'

Facebook abandonará checadores de fatos: 'têm sido muito tendenciosos politicamente'

São Paulo, 7/1/2024 – A Meta, dona do Facebook, Instagram e Whatsapp, anunciou hoje que está abandonando o uso de programas de “checagem de fatos”, conduzidos em parceria com terceiros, com o CEO do grupo, Mark Zuckerberg, afirmando em vídeo que estes “têm sido muito tendenciosos politicamente”.

Na gravação, Zuckerberg ainda prometeu “trabalhar com o presidente Trump”, prestes a tomar posse nos Estados Unidos, contra governos “em todo o mundo que estão indo atrás de empresas americanas e pressionando por censura”, e chegou a citar países latino-americanos.

“Nos últimos quatro anos, até o governo dos EUA pressionou por censura”, disse o CEO da Meta, em cutucada ao governo de Joe Biden.

Segundo o vídeo e um comunicado, a Meta vai mudar políticas de moderação de conteúdos, buscando ser menos restritiva e assegurar “liberdade de expressão”, e permitindo a volta de mais conteúdo político às plataformas, atendendo à demanda de usuários.

“Nos últimos anos, desenvolvemos sistemas cada vez mais complexos para gerenciar conteúdo em nossas plataformas, parte disso em resposta à pressão da sociedade e de políticos para moderação de conteúdo. Mas essa abordagem foi longe demais”, escreveu a Meta.

“Queremos consertar isso e voltar a nosso compromisso fundamental com a liberdade de expressão”, acrescentou a companhia, em comunicado publicado em seu site.

A divulgação da Meta vem duas semanas antes da posse de Trump, que atacou duramente o adversário Joe Biden por incentivar restrições de conteúdo em redes sociais, e chegou a ter sua conta no Twitter, agora “X”, totalmente bloqueada. Agora, Trump se aproximou do novo dono do “X”, Elon Musk, que foi nomeado para comandar um departamento de eficiência governamental, que endereçará esforços para cortes de gastos e enxugamento da máquina pública.

O movimento da Meta evidencia como empresas podem mudar posturas estratégicas diante da iminente posse de Trump, que recentemente tem buscado se aproximar de lideranças do Vale do Silício, que em anos recentes se associaram mais a políticos democratas nos EUA e progressistas no mundo em geral.