Powell e commodities devem guiar Ibovespa nesta quarta-feira

O minério de ferro renovou a máxima em três meses

Facebook/Federal Reserve
Facebook/Federal Reserve

Por: Felipe Corleta

As bolsas europeias dão sequência ao movimento de recuperação, enquanto os futuros dos índices americanos operam em baixa, de olho na perspectiva de que os Estados Unidos aprofundem restrições de exportação de tecnologia de Inteligência Artificial para a China. Além disso, investidores acompanham, às 10h30, a participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em painel com outros presidentes de bancos centrais, à espera de novos sinais para o futuro da política monetária americana.

O minério de ferro renovou máxima em três meses, mesmo após dados mostrarem queda nos lucros industriais da China, de 18,8% em base anual. O petróleo Brent sobe, se segurando acima do suporte técnico de US$71,00. O dólar se fortalece ante a maioria das moedas, apesar da recuperação das commodities.

Segundo o Financial Times, o governo Joe Biden está considerando implementar novas restrições de exportações de chips para sistemas de Inteligência Artificial, na medida em que Washington busca dificultar o acesso da China a tecnologias com potenciais aplicações militares e estratégicas. As ações da Nvidia despencaram 5,0% no pré-mercado e puxavam para baixo o Nasdaq 100 futuro, em queda de 0,49%.

No Brasil, o mercado fica de olho nas estatísticas de crédito de maio a serem divulgadas pelo Banco Central, após uma queda de 0,1% no volume de empréstimos em abril. O dado pode repercutir o impacto da crise das Lojas Americanas no mercado de crédito e sai após o BC reforçar que entende que a desaceleração do crédito é compatível com o patamar de juros.

Na agenda corporativa, a Vamos precifica hoje sua oferta primária e secundária de ações, que pode movimentar cerca de R$1,5 bilhão. O movimento ocorre após a oferta da Localiza e reflete uma reabertura do mercado de oferta de ações no Brasil, embora também possa forçar uma menor liquidez da bolsa por alguns dias, segundo especialistas.

Os mercados brasileiros de câmbio e bolsa registraram correções ontem, após o dado de inflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) sair levemente acima do esperado, embora com nova desaceleração na base mensal. A bolsa fechou em queda e opera cerca de 2,5% abaixo das máximas do mês. Analistas técnicos mencionam a média móvel de 21 dias em 115.965 pontos e a região de 114.200 pontos como pontos relevantes de suporte.

Para mais informações, acesse os Panoramas Corporativo e Político no pré-abertura. Fique de olho na cobertura dos indicadores e eventos mais importantes na agenda TC nos terminais da Mover e TC Economatica.

MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 recuava 0,01%, 0,22% e 0,49%, respectivamente.

O Índice Stoxx Europe 600 ganhava 0,59%, com as ações de tecnologia, energia e telecomunicações liderando os ganhos. O índice alemão DAX subia 0,76% e o britânico FTSE100 subia 0,60%.

O dólar americano se valorizava ante a maioria das moedas observadas pela Mover. A coroa norueguesa e o peso mexicano eram exceções, abrindo possibilidade para um eventual apetite global pelo real, que é ligado a commodities, como a moeda norueguesa, e a países emergentes, como a divisa mexicana.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, caiam 2,1, a 3,74% ao ano.

Na Ásia, as bolsas fecharam com viés de alta, com o índice HSI de Hong Kong ganhando 0,12%, e o Shanghai composto fechando estável. O índice Nikkei 225 da bolsa de Tóquio saltou 2,02%.

O Bitcoin cai 0,27% nas últimas 24 horas, a US$30.304,60; o Ethereum perde 0,81% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

A dinâmica técnica do mercado aponta para continuidade do movimento de correção, mas a alta das commodities pode reforçar o fluxo comprador na B3. Os recibos de ações (ADRs) da Petrobras e da Vale operam em baixa no pré-mercado.

O dólar futuro pode abrir sem direção clara, atento ao desempenho global da divisa americana e às palavras de banqueiros centrais à partir das 10h30.

Os contratos de juros futuros na B3 devem seguir o câmbio e responderão aos dados de crédito.

DESTAQUES

A Ucrânia disse que “o evento principal” do seu contra-ataque nas regiões invadidas ainda está por vir, em uma sinalização de que pretende aproveitar a instabilidade militar na Rússia para retomar territórios na guerra. (Financial Times)

Benedito Gonçalves, relator do processo no Tribunal Superior Eleitoral, votou pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro ontem à noite. Ele apontou que o seu voto levou em conta todo o contexto anterior à reunião de Bolsonaro com embaixadores de países estrangeiros, objeto da acusação liderada pelo PDT. (Folha)

O IBGE divulga hoje dados da população nacional levantados pelo Censo Demográfico 2022. (Agências)

O governo federal lançou o Plano Safra no valor de R$364,22 bilhões para o agronegócio, 27% acima dos valores previstos em 2022. (Mover)

As ações do grupo supermercadista Pão de Açúcar tombaram 4,72% ontem, após o seu maior acionista, o grupo francês Casino, revelar que avalia venda de fatia na companhia. (Mover)

A Dasa anunciou Lício Cintra como próximo diretor-presidente. O executivo liderou o grupo São Francisco por 10 anos antes da venda para a Hapvida. (Brazil Journal)

O fundo de investimento imobiliário XP Malls realizou captação de R$375 milhões nesta terça-feira, valor acima do esperado pelo mercado. (Estado)