Minerva deve deixar M&As por dois anos para focar em ativos da Marfrig

CFO da companhia detalha operação de R$ 7,5 bilhões

Divulgação/Minerva
Divulgação/Minerva

Por Artur Horta

A Minerva (BEEF3) deve ficar fora de transações de fusões e aquisições nos próximos dois anos para focar na integração das 16 plantas de bovinos que acabou de adquirir da Marfrig (MRFG3), disse o CFO da maior exportadora de carne bovina da América do Sul, Edison Ticle, durante teleconferência com analistas nesta terça-feira (29).

“Sobre novas aquisições, a resposta é não. O foco agora é na digestão e gestão desses novos ativos. Os planos de crescimento na Austrália no curto e médio prazo também estão completamente descartados no momento”, afirmou o executivo.

Ticle e o CEO da Minerva, Fernando Queiroz, fizeram juntos 20 M&As, tendo contribuído para multiplicar a receita da companhia nos últimos anos e elevar as margens das operações em 150 e 200 pontos-base para cada aquisição, com ganhos em sinergias.

De acordo com os executivos, essa também é a expectativa para as fábricas adquiridas da Marfrig, que podem gerar até R$800 milhões de caixa em sinergias e retomar o patamar de alavancagem da Minerva para entre 2,2 vezes e 2,9 vezes a relação dívida líquida sobre EBITDA em um ano – a companhia espera o “closing” da transação nesse período.

O acordo anunciado ontem consolida a Minerva como líder na exportação de carne bovina da América do Sul, com uma fatia de mercado que pode atingir 35%.

Perto das 10h45, as ações ordinárias da Minerva derretiam 15,23% na B3, a R$9,23. A companhia, que valia ontem cerca de R$6,60 bilhões na bolsa, vai desembolsar R$7,5 bilhões pelas plantas de abate da Marfrig.