Mercados globais sobem após China cortar juros de curto prazo

O Banco do Povo da China reduziu a taxa de recompra reversa de sete dias de 2% para 1,9% pela primeira vez em nove meses, em uma medida para injetar liquidez de curto prazo. O corte da taxa é visto como sinal de que o BC chinês deve reduzir as taxas de juros de médio prazo em seu encontro na quinta-feira.

As bolsas da Ásia subiram e o movimento de alta se prolonga nos mercados acionários da Europa e nos futuros de Nova York. Ações de tecnologia e de recursos básicos, como as mineradoras, lideravam os ganhos no mercado europeu, sugerindo um dia de recuperação para os papéis da Vale, os mais representativos do índice Bovespa.

O dólar americano recuava ante os principais pares e o Índice Dólar cedia 0,32%, a 103,29 pontos. Os rendimentos dos títulos de dívida americana de curtíssimo prazo subiam, mas as taxas de prazos médio e longo recuavam, em um sinal de que investidores estavam saindo da renda fixa em busca de ativos de risco.

Nas commodities, o minério de ferro subiu 0,69%, a 801,5 iuanes, ou o equivalente a US$112,10 a tonelada. A decisão do BC da China deve liberar cerca de US$279,68 milhões para o sistema e vem na sequência de sinais de arrefecimento do dinamismo da economia. O petróleo Brent também subia.

Aqui, o mercado dá sinais de que mantém o otimismo com a perspectiva de queda da taxa de juros. Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o movimento de mercado, observado na curva de juros, abre espaço para atuação do Banco Central em sua política adiante. Ontem, a taxa de juros de curto prazo recuou, enquanto as longas subiram. Já a bolsa local prolongou sua sequência de ganhos e avançou 0,27%, aos 117.336 pontos, na segunda-feira. Desde o início de junho, o índice já acumula valorização de 8,31% e não registrou nenhum pregão negativo.

Hoje, Campos Neto, passa o dia em São Paulo, onde faz reuniões com executivos do mercado financeiro.

A agenda doméstica de indicadores não traz destaques. O Tesouro Nacional realiza leilão de títulos com oferta hoje de Notas do Tesouro Nacional – série B, com rendimento atrelada à inflação, e Letras Financeiras do Tesouro, com rentabilidade ligada à taxa básica Selic.

Para mais informações, acesse os Panoramas Corporativo e Político no pré-abertura. Fique de olho na cobertura dos indicadores e eventos mais importantes na agenda TC nos terminais da Mover e TC Economatica.

MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, os futuros dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 subiam 0,03%, 0,17% e 0,42%, respectivamente.

O índice Stoxx Europe 600 tinha alta leve de 0,05%, com o grupo de ações do setor de mineração em alta de 2,1%. O índice FTSE 100, da bolsa de Londres, tinha variação de 0,03% e o DAX, da bolsa de Frankfurt, de 0,16%.

Na curva de juros dos Treasuries nos Estados Unidos, a taxa de um ano subia 3,7 pontos-base, para 5,25%. Mas o yield do Treasury de dez anos cedia 0,9 ponto-base, a 3,73%.

O índice VIX, que mede a volatilidade implícita para as opções do índice S&P500, operava em queda de 0,27%, a 14,96 pontos.

Na Ásia, o índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, avançou 1,80% e superou os 33.000 pontos pela primeira vez desde julho de 1990. No fechamento, o índice marcou 33.018,65 pontos. Outras bolsas também avançara. O índice Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, subiu 0,60% e o índice de referência Xangai Composto 0,15%. No fechamento, o índice marcou 33.018,65 pontos. O Kospi 200, da bolsa de Seul, ganhou 0,33%

O futuro do petróleo Brent para entrega em agosto subia 1,80%, a US$73,13 o barril.

O Bitcoin subia 0,94% nas últimas 24 horas, a US$26.253; o Ethereum avançava 0,42% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

O índice EWZ, que replica as ações brasileiras no exterior, subia 0,38% no pré-mercado americano. O Ibovespa hesita em corrigir o recente rali e pode apresentar um novo dia de alta, sustentado por ações da Vale. Os mercados responderão à inflação americana.

O dólar futuro pode abrir em queda na B3 seguindo o rumo da moeda no exterior. A inflação ao consumidor americana deve dar direção ao câmbio.

Os contratos de juros futuros na B3 podem prolongar o movimento da véspera em meio à expectativa de corte da taxa Selic. O Credit Suisse está entre os bancos que anteciparam a projeção de que o início do ciclo de alívio moetário começa em agosto, ante a projeção anterior que era em setembro.

DESTAQUES

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não cravou nesta segunda-feira uma data para o início do corte de juros, embora tenha citado um cenário de melhora para a atividade local. Ele participou de encontro com representantes do setor de varejista. (Mover)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz hoje live para falar dos primeiros meses de seu governo, às 8h30. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne com o presidente da CNI, Robson Andrade, na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, às 15h00. (Mover)

O fundo Verde, principal multimercado da Verde Asset, informou hoje que mantém cerca de 20% de alocação no mercado local, apostando na tese de que as ações brasileiras ainda têm espaço para continuar com boa performance. Em carta mensal a cotistas divulgada na tarde desta segunda-feira, o fundo informou manter pequena exposição comprada em bolsa global e posição comprada em inflação implícita no Brasil – que visa lucrar com a diferença entre a taxa dos títulos prefixados, ou taxa nominal, e a taxa de juros indexada à inflação, ou taxa real. (Mover)

A Oracle, companhia de tecnologia e informática, superou as estimativas de receita do quarto trimestre ontem, com o impulso da crescente demandas por suas ofertas em nuvem por empresas que estão implantando inteligência artificial. Os papéis subiam mais de 3% no pós-mercado na NYSE. De acordo com a Refinitiv, a receita no primeiro trimestre foi a US$13,84 bilhões, acima do consenso, de US$13,74 bilhões. (Mover)

O Supremo Tribunal Federal (STF) forma maioria no julgamento que discute a incidência de PIS e Cofins sobre receitas financeiras de bancos, corretoras, cooperativas de crédito e seguradoras. O Ministério da Fazenda estima que a ação tem impacto de R$115 bilhões em favor da União. (Agências)

A plataforma de investimentos da XP recebeu aprovação do Banco Central do Brasil para assumir o controle do Banco Modal, após acordo de combinação de negócios entre as empresas anunciado em 2022. (Mover)

A confiança no meio empresarial alemão melhorou, mas ainda seguiu fraca em junho. O Índice IFO subiu para -8,5 neste mês, após marcar -10,7 no mês anterior e ficou acima do esperado, já que o consenso apontava -13,1. O índice segue no território negativo diante da expectativa de que a situação econômica deve trazer desafios, principalmente para as exportações diante da do enfraquecimento da demanda global. (Trading Economics)

A inadimplência no mercado de empréstimos de alto risco aumentou acentuadamente este ano nos EUA à medida que a campanha agressiva do Federal Reserve de aumentos nas taxas de juros aumenta a pressão sobre empresas e elevou os custos de empréstimos a taxas flutuantes. Houve 18 inadimplências no mercado de empréstimos dos EUA entre 1º de janeiro e o final de maio, totalizando US$21 bilhões – maior em número e valor total do que em 2021 e 2022 juntos, de acordo com uma análise do Goldman Sachs dos dados do PitchBook LCD. (Financial Times)