XP eleva projeção para IPCA 2024 por fiscal "mais expansionista"

Para 2023, a XP manteve a projeção de alta de 5,70% para o indicador

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Por: Gabriel Ponte

A XP revisou de 4,0% para 4,50% sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, devido às sinalizações de políticas fiscais “mais expansionistas”, em relatório enviado hoje a clientes. Para 2023, a XP manteve a projeção de alta de 5,70% para o indicador.

A XP mencionou no relatório que incertezas tributárias e discussões sobre a meta de inflação a ser definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) pesaram sobre as projeções.

Para este ano, o Banco Central persegue a meta de 3,25% para o IPCA, com intervalo de tolerância de 1,50 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2024, a meta definida pelo CMN é de 3,0%, com o mesmo intervalo de tolerância.

No Brasil, a XP prevê o cenário de avanço modesto do Produto Interno Bruto do Brasil em 2023 e 2024, de 1,0% e 0,8%, respectivamente. Globalmente, a instituição prevê uma atividade “resiliente”, na esteira da reabertura da economia da China, que deve compensar parte da desaceleração esperada nos países mais avançados.

“É cedo para descartar recessão em alguns países, já que o efeito da política monetária restritiva ainda ficará mais evidente ao longo do ano”, complementou o economista-chefe da instituição, Caio Megale, que assina o relatório.

Na política monetária, a XP projeta agora que a taxa Selic encerrará o ano no nível atual de 13,75%. Para 2024, a projeção subiu para 11%, ante a estimativa anterior, de 10,0%. “Incertezas fiscais e discussão sobre a meta de inflação pressionam as expectativas.”

A XP projetou ainda um déficit de 0,7% para o setor público em 2023, e de 0,8% em 2024, ressaltando que o “novo arcabouço fiscal será fundamental para a sustentabilidade da dívida pública”.