Por: Eduardo Puccioni
A XP elevou as projeções de inflação diante da expectativa de corte da taxa básica de juros Selic antes do previsto anteriormente, enquanto destacou que o arcabouço fiscal anunciado pelo Ministério da Fazenda traz visibilidade, mas não necessariamente uma estabilidade aos mercados e à economia, de acordo com sua carta mensal macro.
A XP revisou suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2023 e 2024, passando de 5,6% para 6,2% e de 4,5% para 5,0%, respectivamente. Esse movimento reflete “a maior inércia inflacionária e nossa expectativa agora de cortes de juros mais cedo. Uma premissa é a elevação da meta de inflação para 4,5% a partir do próximo ano”.
“No Brasil, a atividade econômica enfraquece gradualmente, conforme esperado. As condições de crédito estão mais apertadas, enquanto o mercado de trabalho perde tração. A proposta de novo arcabouço fiscal ajuda a reduzir incertezas, mas depende de medidas adicionais de receitas e um cenário macroeconômico otimista para garantir a sustentabilidade da dívida pública”, explicou a carta assinada pelo economista-chefe, Caio Megale.
Para a Selic, a XP prevê o primeiro corte de juro em agosto, com alívio de 0,25 ponto percentual, seguido de cortes de 0,50 pp até o patamar de 11,00% no primeiro trimestre de 2024. Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a XP manteve a projeção de 1,0% para 2023 e 2024.
No documento, a XP afirmou que a turbulência no setor bancário aumentou a incerteza global e movimentou os preços dos ativos financeiros e que o Federal Reserve, o banco central americano, se aproxima do fim do ciclo de aperto monetário, mas é esperado o primeiro corte de juro nos Estados Unidos apenas em 2024.