Por: Eduardo Puccioni
As vendas no varejo brasileiro em fevereiro ficaram abaixo da expectativa do mercado se comparado com o mês anterior. O resultado reverte o forte resultado de janeiro, quando alcançou o maior avanço para o mês desde o início da série histórica, em 2000, e o maior para qualquer mês desde julho de 2021.
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou desaceleração de 0,1% no volume de vendas em fevereiro no comparativo mensal, ante consenso de crescimento de 0,2%. No comparativo anual, o avanço foi de 1,0%, ante expectativa de 0,9%, o sétimo resultado positivo consecutivo.
Segundo o IBGE, a variação negativa no mês foi acompanhada por seis das oito atividades que fazem parte do comércio varejista. Destaque para o grupo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%), que representa mais de 40% do peso mensal da pesquisa. Além disso, tecidos, vestuários e calçados (-6,3%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-10,4%), se destacaram negativamente em fevereiro.
No varejo ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo, o volume de vendas cresceu 1,7% em fevereiro ante janeiro, enquanto, no comparativo anual, recuou 0,2%.
O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, explica que a taxa de janeiro representou uma recuperação da base baixa dos dois últimos meses de 2022, quando houve retração nas vendas.
“Podemos fazer uma leitura dos resultados por consequência de um período de Black Friday e Natal ruins, que resultaram em uma recuperação em janeiro e uma sustentação desse patamar em fevereiro. Além disso, um cenário de inflação estável em alguns setores importantes para a nossa pesquisa, como a alimentação em domicílio, que impacta a atividade de hiper e supermercados, também ajuda a entender os resultados observados em fevereiro”, afirmou Santos.