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TC Cosmos tem segunda melhor performance entre multimercados em 12 meses com 'Trump Trade'

TC Cosmos tem segunda melhor performance entre multimercados em 12 meses com 'Trump Trade'

São Paulo, 13/11/2024 – O fundo TC Cosmos detém a segunda melhor performance em uma janela de 12 meses em uma base de 230 multimercados livres observados pela Mover, de acordo com informações da Economatica levantadas nesta quarta-feira, em um momento no qual a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos desencadeou um rali em diferentes ativos da indústria – como o bitcoin – alocação esta que o veículo possuía desde antes do pleito, sob convicção de vitória do republicano.

O TC Cosmos entregou uma rentabilidade de 199,48% do CDI em 12 meses até 11 de novembro, segunda maior performance entre fundos com a mesma classificação pela Anbima, mesmo em um período marcado por volatilidade nos mercados acionários locais, na esteira de discussão sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal, temores em torno da trajetória dos gastos públicos, além da retomada do processo de aperto monetário pelo Comitê de Política Monetária (Copom), diante da contínua desancoragem das expectativas de inflação.

Em live com seguidores na segunda-feira, o CIO do TC, Pedro Albuquerque, mencionou a ocorrência de uma “janela de oportunidade” para o fundo antes das eleições norte-americanas, em termos de alocação, diante da convicção na vitória de Trump no pleito presidencial. “Trump ganhou, e era o que imaginávamos. Cosmos escapou do Brasil, reduzimos exposição em mercado financeiro local, e rotacionamos para ativos de risco fora”, explicou.

“Saímos de ethereum, e ficamos focados em bitcoin. A estratégia se mostrou bem acertada. Nos posicionamos para Trump ganhar a eleição, tanto é que o fundo andou forte, mesmo com a bolsa brasileira caindo”, complementou o CIO da TC Pandhora, gestora do grupo. Em 12 meses, o fundo registrou retorno positivo de 22,25% ao cotista.

Também de acordo com ele, o fundo aumentou exposição a criptoativos pós-vitória de Trump, retomando alocação em ethereum. “Não pretendemos vender. É um Congresso (dos EUA) com diversos congressistas pró-cripto. A indústria de criptoativos gastou mais de US$200 milhões para eleger esses candidatos, inclusive Trump”, disse Albuquerque.

De acordo com a Binance, o bitcoin acumula alta superior a 30% desde a noite de 6 de novembro – início da contagem de votos nas eleições presidenciais dos EUA – tocando máxima recorde de US$93.265 nesta quarta-feira.

Também há “assimetria” observada no mercado local, favorecendo posicionamento tático em Brasil pelo fundo, ainda que o contexto para mercados emergentes esteja ruim, avaliou o trader do TC Cosmos, Fernando Marx. “Usamos book Brasil de forma mais tática. Operamos bastante balanço, estudando muito, ou conversando com sellside. Ou seja, houve muito trade de prazo menor, em função de balanços”, complementou. “Reconhecemos haver muita assimetria em Brasil, mas está muito difícil ficar posicionado, então quando fazemos, tem esse viés mais tático.”

Na janela de um mês, o Cosmos detém retorno a cotistas de 6,19%, equivalente a 725,8% do CDI, e o melhor entre os fundos observados, de acordo com a mesma base da Economatica. Os dados levantados pela Mover levaram em consideração apenas os fundos multimercado livre, com patrimônio líquido acima de R$50 milhões, com ao menos cem cotistas, e com CDI como benchmark.

A indústria de multimercados tem sofrido saques incessantes por cotistas desde 2022, mesmo permitindo uma exposição a ampla estratégia de investimentos e possibilidade de posições em diferentes mercados globais. Dados da Anbima apontam que, no ano, multimercados sofreram resgate líquido de R$289,3 bilhões até 7 de novembro. Em 12 meses, o montante de resgate vai a R$395,4 bilhões. Na mesma base de comparação, os fundos de renda fixa registraram captação líquida de R$310,4 bilhões no ano e de R$285,5 bilhões em 12 meses.

O volume de saques em aplicações de multimercados segue impondo desafios a gestores, em meio à elevação no cancelamento de fundos nos últimos anos, diante de um cenário de competitivade desafiador, diante do ciclo de alta dos juros nominais. O TC Cosmos, no entanto, segue apresentando resiliência, acumulando retorno positivo, no ano, de 14,52%, e com índice de Sharpe (retorno ajustado ao risco) positivo de 1,12.