Suzano e Klabin sobem em dia de correção, com dólar e incêndio em fábrica de concorrente chilena

As ações subiam após o incêndio em uma fábrica da concorrente Arauco, no Chile

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Por: Maria Luiza Dourado

Ações de Suzano e Klabin disparam lideram altas no Ibovespa em dia de correção, após quedas expressivas da véspera, e impulsionadas pelas projeções de choque de oferta no setor de papel e celulose em função de um incêndio em uma importante fábrica da concorrente Arauco, no Chile.

Perto das 16h40, os papéis ordinários de Suzano e Klabin subiam 2,80% e 2,11%, a R$46,28 e R$19,34, respectivamente.

Segundo especialistas consultados pela Mover, a valorização das ações de exportadoras de papel e celulose brasileiras hoje deve-se a dois eventos. O primeiro é o movimento de correção em função da queda nos papéis ontem, de mais de 3,70%. Hoje, a alta do dólar contribui para esse ajuste. Por volta das 16h45, o dólar futuro subia 1,68% aos R$5,158.

O segundo evento apontado pelas fontes é o incêndio em uma fábrica de uma concorrente no Chile, que aumenta as expectativas de redução da oferta das commodities. O jornal local La Hora noticiou na manhça de hoje que a produtora e exportadora de celulose chilena Arauco decretou “Alerta Negro” após o aumento do incêndio florestal, que se expandiu em direção a sua fábrica de Nueva Aldea, na comuna chilena de Ránquil, região de Ñuble.

As chamas danificaram a fábrica, cuja capacidade de produção é de 500 mil toneladas em fibra curta e fibra longa, respectivamente, segundo dados de relatórios da Arauco trazidos por um operador de um grande banco de investimentos, que falou a Mover sob condição de anonimato.

Em nota a clientes, o analista Thiago Lofiego, do Bradesco BBI, explica usando um cenário hipotético de fechamento da fábrica da Arauco por seis meses, para manutenção, o impacto seria de 500 mil toneladas no total, frente a um aumento de oferta esperado de 3,2 milhões de toneladas para o ano inteiro de 2023.

Para Lofiego, o evento ajuda em partes a brecar a velocidade da queda de preço de papel e celulose no mundo, mas não muda a dinâmica do mercado de maneira material.

Em linhas gerais, após a celulose bater máximas em 2022, o mercado passou a esperar correções para baixo nos preços da commodity praticados no mercado no médio e longo prazo, devido ao aumento de oferta com a entrada em operação de novas fábricas de papel e celulose pelo mundo.