Por Clara Guimarães
O setor público consolidado brasileiro – que engloba o governo central, as empresas estatais e os governos regionais – registrou superávit primário em 2022 no acumulado anual, apesar do resultado negativo registrado em dezembro.
Segundo dados fiscais do Banco Central, no ano passado o setor público consolidado obteve superávit primário de R$126 bilhões, equivalente a 1,28% do Produto Interno Bruto, ante superávit de R$64,7 bilhões em 2021 – excluindo da conta os juros da dívida pública.
“O setor público consolidado manteve a trajetória de melhoria do resultado primário observada desde 2017, interrompida somente em 2020, em função dos impactos econômicos e sociais da pandemia”, informou o BC.
Em dezembro de 2022, o setor público consolidado teve déficit primário de R$11,8 bilhões, abaixo do consenso Mover de -R$12,4 bilhões. O governo central e as estatais tiveram saldo positivo de R$6,2 bilhões e R$637 milhões, respectivamente, no mês passado, enquanto os governos regionais tiveram déficit de R$18,6 bilhões.
O resultado nominal do setor público – que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados – somou saldo negativo de R$460,41 bilhões, ou 4,68% do PIB em dezembro Os juros nominais atingiram R$59 bilhões no mesmo mês, comparativamente a R$54,4 bilhões em dezembro de 2021.
A dívida bruta do governo – que inclui o governo federal, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os governos estaduais e municipais – atingiu 73,5% do PIB em 2022, uma redução de 4,8 pontos percentuais na comparação com 2021.
A dívida líquida do setor público subiu 1,7 ponto percentual em 2022 em relação ao ano anterior, para 57,5% do PIB. Segundo o BC, a elevação é reflexo especialmente da valorização cambial e dos juros nominais apropriados.