Ibovespa sobe em dia de vencimento de opções, DIs caem em linha com yields no exterior e dólar recua

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Por Luca Boni e Fabricio Julião

O Ibovespa operava sem direção definida, mas com leve viés de alta, tentando corrigir o curso após 13 quedas consecutivas. Em dia de agenda econômica esvaziada, o vencimento de opções sobre ações traz mais volatilidade para o mercado.

Por volta das 12h10, o Ibovespa avançava 0,34%, aos 115.371 pontos. Assim como ocorre nas bolsas americanas, o índice brasileiro também caminha para encerrar a semana no pior desempenho desde março. O volume de negócios projetado para hoje é de R$14,8 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.

Segundo o head de renda variável da A7 Capital, André Fernandes, o caso da Evergrande criou um clima de aversão ao risco nos mercados em geral, mas as expectativas de injeção de estímulos na economia chinesa ajudam a impulsionar o Ibovespa.

“O governo chinês não está medindo esforços para ajudar o setor [imobiliário], anunciando pacotes de estímulos e reduzindo a taxa de juros, o que está contribuindo para uma melhor liquidez nos mercados, e isso também ajuda a aliviar as tensões”, afirmou Fernandes.

Entre as ações do Ibovespa, ganham destaque os papéis do setor financeiro. As ON da B3, as PN do Itaú e as Units do BTG Pactual avançavam 2,38%, 0,79% e 1,92%, respectivamente, sendo as maiores contribuidoras por pontos.

Já as ON da Magazine Luiza, da CVC e da Locaweb subiam 6,03%, 3,94% e 3,21%, respectivamente, e eram as maiores altas percentuais do Ibovespa.

Na ponta oposta, as ON da Vale, da WEG e as PN da Petrobras cediam 0,47%, 1,82% e 0,48%, nesta ordem, sendo as maiores detratoras do índice.

Entre as maiores quedas percentuais da sessão, figuravam as ON da Eztec, da PRIO e as PN da Gol, que recuavam 1,49%, 0,90% e 0,88%, na ordem.

EXTERIOR

Os principais índices acionários de Wall Street oscilavam com inclinação de queda e caminhavam para a pior semana desde março, com o aumento da aversão global ao risco. A segunda maior incorporadora imobiliária chinesa, Evergrande, entrou ontem com um pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos, o que acendeu um novo alerta sobre a retomada da economia do gigante asiático.

Perto das 12h10, o Dow Jones operava estável, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq 100 caíam 0,22% e 0,58%, respectivamente. Os índices caminham para a quarta queda consecutiva.

Mais cedo, novos dados de atividade econômica na Europa mostraram que as vendas no varejo no Reino Unido caíram 1,20% em julho na base mensal, ante expectativa de recuo de 0,50%. O índice de preços ao consumidor na Zona do Euro avançou 5,30% em julho na comparação anual, em linha com o consenso do mercado.

Os indicadores podem sinalizar que a alta de juros nos países do Velho Continente pode estar perto do fim, com a inflação dentro do esperado e a atividade econômica menos resiliente.

A grande dúvida paira sobre os EUA, onde ainda não há sinais claros se o banco central deve encerrar o ciclo de aperto monetário ou optar por novas altas de juros.

Na China, a Evergrande Group anunciou ontem à noite que entrou com um pedido de proteção contra credores nos EUA, visando evitar eventuais ações de acesso ou bloqueio de bens, segundo agências de notícias. No início desta semana, a incorporadora já havia adiado as assembleias de detentores de suas dívidas para conceder a eles mais tempo para analisar seu plano de reestruturação.

JUROS

As taxas dos contratos de juros futuros operavam em queda, em linha com o recuo do rendimento dos títulos do Tesouro americano e em ajuste à sessão de ontem, quando fecharam majoritariamente em alta.

Por volta das 12h10, os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 operavam em baixa de 1,5 ponto-base e 6,5 pbs, respectivamente, a 12,42% e 10,48%.  Os vértices para jan/27 e jan/31 recuavam 5,0 pbs e 6,0, na mesma ordem, a 10,26% e 11,10%.  

Nos EUA, os Treasury yields operavam em queda, devolvendo parte dos avanços registrados ao longo desta semana, impactando a curva dos DIs por aqui mediante a expectativa de novas altas nos juros americanos. 

No Brasil, investidores aguardam novas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial, que acontece hoje em São Paulo. Ontem, ele sinalizou que o BC não pretende acelerar o ciclo de baixas da Selic, precificado em cortes de 50 pontos-base para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).

CÂMBIO

O dólar oscilava ante o real, com o viés de baixa perante a moeda brasileira se consolidando por volta das 12h00. A taxa de câmbio era impactada pela melhora nos futuros de commodities negociados em Chicago, em meio às preocupações com a situação da atividade econômica chinesa. 

Às 12h10, o dólar à vista caía 0,25%, a R$4,9645, enquanto o dólar futuro recuava 0,29%, a R$4,975. 

A moeda americana tinha desempenho misto no exterior, valorizando ante as divisas mais fortes e de bastante liquidez e cedendo perante os pares de países emergentes como Brasil e México. Em uma cesta de 22 moedas acompanhada pela Mover, o dólar depreciava frente a 11. O Índice DXY recuava 0,01%, aos 103.425 pontos.