Por: Giovanni Porfírio e Luca Boni
O setor financeiro avança no início da tarde desta quarta-feira na B3, após o Itaú Unibanco registrar lucro líquido gerencial de R$7,668 bilhões no quarto trimestre, uma alta de 7,1% em relação ao mesmo período de 2021, mesmo com resultado afetado por provisionamento.
Perto das 12h30, os papéis preferenciais do Itaú registravam alta de 6,27% a R$26,10, as units do BTG Pactual avançavam 2,88% a R$20,70, as preferenciais do Bradesco subiam 2,96% a R$13,90, e as ordinárias do Banco do Brasil ganhavam 0,93% a R$39,25. Com o viés positivo entre os bancos, o setor financeiro da B3 avançava 3,13% na sessão.
As units do Santander Brasil também subiam 1,01%, a R$27,88, mesmo frustrando as expectativas do mercado no quarto trimestre, com um novo aumento nas provisões para devedores duvidosos intensificando a deterioração do lucro e da rentabilidade do banco em 2022.
Segundo o Itaú, o resultado foi impactado por um provisionamento extra de R$719 milhões para cobrir 100% da exposição do banco a uma “empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial”. Sem esse efeito, disse o banco, o lucro líquido gerencial atingiria R$8,4 bilhões, acima do consenso.
Em termos relativos, é uma das grandes instituições que possuem menos exposição à companhia, o que ameniza o impacto do “rombo contábil” sobre o resultado.
Em teleconferência de resultados, o diretor-presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, disse que o banco manterá uma visão mais cautelosa para a expansão da carteira de crédito em 2023. O Itaú prevê um crescimento entre 6% e 9% na carteira total em 2023, contra o avanço de 11,1% registrado em 2022.
Ainda de acordo com Maluhy, os níveis de inadimplência da companhia devem se estabilizar nos próximos trimestres, e que o caso Americanas não tem poder de impactar o índice, uma vez que trata-se de uma empresa em recuperação judicial.