Priner segue com "fome" por aquisições e avalia mais negócios, diz diretor

A Priner tem apostado na expansão orgânica e inorgânica, e não descarta voltar ao mercado de ações para levantar mais recursos

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Por: Luciano Costa

O grupo de serviços e manutenção industrial Priner segue de olho em oportunidades de compra de ativos, mesmo após ter anunciado somente neste ano a aquisição de três empresas, disseram executivos da companhia à Mover.

Com operações ligadas principalmente a setores resilientes, como os de Óleo e Gás e Mineração, a Priner tem apostado na expansão orgânica e inorgânica, e não descarta voltar ao mercado de ações para levantar mais recursos caso o preço de seus papéis mostre alguma recuperação, afirmaram os diretores em conversa por videoconferência.

“Nosso apetite por fusões e aquisições segue forte, não saciamos a fome ainda”, disse o presidente-executivo da Priner, Tulio Cintra, ao destacar que a companhia avalia no momento de duas a três potenciais transações, embora não seja possível prever como as conversas irão evoluir.

“Se e quando o mercado estiver precificando melhor nossas ações, começamos a já pensar na possibilidade de um follow-on, e ele viria com a justificativa de financiar uma aquisição transformadora”, afirmou o diretor financeiro, Marcelo Costa, sobre uma possível oferta subsequente.

A Priner estreou na bolsa com uma oferta inicial realizada em fevereiro de 2020, com a qual movimentou cerca de R$174 milhões. As ações ON foram precificadas a R$10, levantando recursos para fomentar a estratégia de compras de ativos. Ontem, os papéis fecharam a sessão valendo R$7,34 na B3. Depois de perdas nos últimos três anos, acumulam alta de 9,55% em 2023.

“Se em plena pandemia, no período mais difícil da humanidade, conseguimos melhorar nossa performance com os recursos do IPO, com um follow-on temos certeza de que essa curva de crescimento, volume e rentabilidade pode se inclinar ainda mais”, acrescentou Costa, sem prever quando a operação poderia ocorrer.

Só neste ano, a Priner adquiriu a Soegeo, de soluções em engenharia geotécnica, e as empresas de engenharia de integridade e inspeção Labteste e Tresca.

Apesar do cenário macroeconômico mais desafiador e dos temores de uma crise de crédito no Brasil, após os problemas da varejista Americanas, que entrou em recuperação judicial em janeiro, a Priner não vê arrefecimento de demanda por seus serviços.

“Nós atuamos em segmentos que são menos dependentes da macreconomia”, afirmou Costa. Entre os clientes, estão grupos como a Petrobras, a PRIO, a Braskem, a Dow, a Vale, a Klabin e a Unipar.

Costa disse que a companhia tem conseguido captar recursos “com tranquilidade”, apesar das preocupações com um possível aperto no crédito, e revelou alguns pontos da estratégia para avaliação de possíveis aquisições: o foco é em empresas financeiramente saudáveis e com perspectivas de expansão, que possam ser aceleradas por meio da integração com seus negócios.

A Priner encerrou 2022 com lucro líquido de R$65 milhões, disparando quase 350% ante os R$14,5 milhões de 2021. O retorno sobre o capital investido, ROIC, cresceu 7,9 pontos percentuais no período, para 14,4%.

“Neste ano, teremos um crescimento de dois dígitos, não perderemos o ritmo que temos observado nos últimos anos”, afirmou Costa. A companhia espera atingir a marca de R$1 bilhão em faturamento em 2023.