PIB chinês acelera para maior ritmo em um ano; investidor local aguarda arcabouço

O mercado externo ainda aguarda por uma série de balanços corporativos que podem guiar o sentimento para as bolsas americanas

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Por: Felipe Corleta

A economia chinesa apresentou crescimento acima do esperado no primeiro trimestre de 2023, reduzindo as expectativas de desaceleração da atividade global e dando suporte para os ativos de risco na manhã desta terça-feira. No Brasil, o investidor aguarda a entrega do texto do arcabouço fiscal ao Congresso Nacional.

O Produto Interno Bruto da segunda maior economia do mundo acelerou 4,5% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior, acima do consenso de mercado de 4,0%. A produção industrial chinesa cresceu 3,9% anual, em linha com o consenso, e a taxa de desemprego ficou em 5,3%, abaixo do esperado. As vendas no varejo aceleraram 10,6%, acima dos 7,4% projetados.

As bolsas europeias e os futuros dos índices acionários americanos operam em alta nesta manhã. Os índices asiáticos corrigiram ganhos após a divulgação dos dados chineses, à exceção das bolsas de Tóquio e Xangai, que avançaram modestamente para as máximas este ano.

O dólar americano perde força ante a maioria das moedas globais, diante do maior apetite por risco dos mercados. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano operam perto da estabilidade, e as probabilidades de altas nas taxas de juros nos Estados Unidos em maio e junho atingem máximas em um mês. O petróleo do tipo Brent opera perto da estabilidade, e o minério de ferro encerrou a sessão na bolsa chinesa de Dalian nas máximas em uma semana, em US$114,04 por tonelada.

O mercado externo ainda aguarda por uma série de balanços corporativos que podem guiar o sentimento para as bolsas americanas. Goldman Sachs, Bank of America e Johnson&Johnson divulgam os resultados financeiros do primeiro trimestre antes da abertura dos mercados e a Netflix publica seu balanço após o fechamento. Uma série de empresas menores do setor financeiro também divulgam resultados, que podem ampliar o entendimento sobre os impactos da recente crise bancária.

No Brasil, a expectativa geral é pela apresentação do novo arcabouço fiscal pelo Ministério do Planejamento e Orçamento ao Congresso Nacional. Embora já conhecidas as linhas gerais da nova regra, investidores aguardam pelos detalhes do texto, com receios de que o Projeto de Lei traga “surpresas”, dada a dificuldade que o governo enfrenta em ampliar a arrecadação nos níveis necessários para o atingimento das metas de resultado primário apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Na agenda doméstica, o Tesouro Nacional realiza leilão de títulos pós-fixados, LFTs, e prefixados atrelados à inflação (NTN-Bs), com vencimentos a partir de 2026. O presidente Lula atende um evento público às 17h30. A Vale divulga relatório trimestral de produção.

MERCADOS GLOBAIS

O futuro do petróleo Brent para entrega em junho cedia 0,14%, a US$84,64 o barril.

O contrato de ouro para entrega em junho subia 0,28%, a US$2012,80 a onça-troy.

O minério de ferro saltou 2,08% na bolsa chinesa de Dalian, a 784 iuanes, ou o equivalente a US$114,04, a tonelada.

O Bitcoin subia 0,05% nas últimas 24 horas, a US$29.896,80; o Ethereum ganhava 0,82% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

O futuro do Ibovespa pode abrir em alta na sessão de hoje, seguindo os mercados internacionais e os dados econômicos fortes da China, maior parceiro comercial do Brasil. Os contratos de ações (ADRs) da Vale subiam e os da Petrobras recuavam no pré-mercado americano.

O dólar futuro pode abrir em baixa na B3, seguindo moedas pares do real no exterior. Operadores de câmbio estarão atentos à apresentação do arcabouço fiscal.

Os contratos de juros futuros na B3 podem abrir em baixa, seguindo o câmbio.

DESTAQUES

O Ministério da Fazenda decidiu apresentar o texto do arcabouço fiscal como um projeto de lei complementar, o que demandará quórum qualificado para aprovação no Congresso Nacional, segundo a colunista Miriam Leitão. Dessa forma, a aprovação e alterações posteriores à regra seriam mais difíceis. (O Globo)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que se reuniu com bancos para debater como reduzir o nível de juros do rotativo do cartão de crédito. Segundo ele, será apresentado um estudo e o Banco Central será envolvido na discussão. Haddad também disse que o governo dele anunciar nesta semana 14 medidas para melhorar o ambiente de crédito no Brasil. (Mover)

O governo dos EUA quer que o Brasil dê “explicações claras” sobre sua proximidade com o discurso da Rússia em relação à invasão da Ucrânia. A gestão Joe Biden espera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) explicite seu lado no conflito armado. (Estadão)

A corretora americana Charles Schawb e os bancos regionais State Street e M&T sofreram uma retirada de quase US$60 bilhões em depósitos no primeiro trimestre, à medida que clientes seguiram procurando por maiores rentabilidades. (Mover)

Investidores acompanharão no dia os balanços de Goldman Sachs e o Bank of America, à procura de sinais sobre eventual deterioração da oferta de crédito nos EUA. No caso do GS, analistas atentam também para a concorrência que o banco de investimento enfrentará com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS. (Mover)

As ações da Alphabet tiveram forte queda na véspera, após o New York Times reportar que a Samsung tinha considerado substituir o Google como mecanismo de busca tradicional em seus dispositivos móveis pelo Bing, da Microsoft. (Agências)

A Apple lançou uma conta poupança com o Goldman Sachs, que oferece aos usuários do Apple Card um rendimento anual de 4,15%. (CNBC)

De acordo com formulário CVM 358, conselheiros da 3R Petroleum apostaram na queda das ações da companhia em março, antes do anúncio do aumento de capital que levou seus papéis à maior queda intradiária da história. (Scoop by Mover)

O Fleury prevê sinergias entre R$200 milhões e R$220 milhões em seu EBITDA incremental, com 95% delas a serem capturadas em até 36 meses no âmbito da fusão com a Hermes Pardini. (Mover)