Petróleo pode chegar a US$ 100 por barril, dizem analistas

Os preços do petróleo Brent saltavam quase 6%, aproximando-se dos US$ 85

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Por Luciano Costa

Os preços do petróleo operam em forte alta nesta segunda-feira, após alguns países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciarem cortes de oferta no final de semana. Analistas consultados pela Mover projetam que o movimento poderá pressionar as cotações de volta a níveis acima dos US$100 por barril, não vistos desde agosto passado.

Os preços do petróleo Brent saltavam quase 6% nesta manhã, aproximando-se dos US$85 por barril, depois que a Arábia Saudita anunciou a redução de 500 mil barris por dia em sua produção a partir de maio, com duração até o final deste ano. Agências de notícias publicaram no domingo que Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Iraque, Omã e Argélia também devem diminuir o bombeamento.

“Havia análises de que o petróleo poderia chegar a US$100 por barril neste ano, e agora acho que vai chegar se continuar esse corte de oferta da Opep+. A depender de como será o crescimento chinês, há chances de o barril chegar a US$100 já para o meio do ano”, disse à Mover o sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Pedro Rodrigues.

O UBS avalia que, sob esse novo cenário, o barril do petróleo Brent, referência internacional, pode chegar a US$100 até junho, enquanto a consultoria Rystad Energy avalia que o aperto na oferta deverá elevar os preços acima de US$100 por barril pelo resto do ano, com as cotações podendo chegar a US$110.

O Goldman Sachs elevou projeções para preço médio do Brent ao final deste ano para US$95 por barril, de US$90 antes, projetando cotações médias de US$100 ao final de 2024, de US$97 antes.

“A Opep está com um poder de determinação de preços bastante significativo em relação ao que tiveram no passado, dada sua elevada participação no mercado, a oferta inelástica de países de fora da Opep e a inelasticidade da demanda”, escreveram os analistas do Goldman.

Rodrigues, do CBIE, explicou que a Opep ganhou mais relevância depois da pandemia, à medida que grandes companhias de óleo e gás europeias ampliaram investimentos em transição energética e reduziram aportes para expansão da produção, deixando capacidade de aumento da oferta no curto prazo nas mãos dos árabes e outros produtores do cartel.