O vídeo no link é uma emotiva tentativa da Europa de conter o avanço da extrema direita nas eleições para o parlamento europeu, previstas para ocorrer entre os dias 6 e 9 de junho. Hoje, a extrema direita é o sexto maior bloco político no Parlamento, com 40 assentos. Agora, as projeções apontam que o grupo possa ter entre 98 e 100 lugares, tornando-se a terceira maior força política da Europa.
No anúncio, veiculado em todos os países da União Européia, avós e avôs relatam a seus netos o horror que viveram sob o totalitarismo, e dizem a eles que a democracia é o único mecanismo que preserva a liberdade e a dignidade humana. Os protagonistas são de vários países. Cada um conta a sua tragédia pessoal. Por ser um vídeo oficial, ele retrata o nível de preocupação do parlamento europeu com o movimento internacional de extrema direita populista, hoje forte no mundo todo.
Partidos de extrema direita tem tido um avanço eleitoral praticamente em toda a Europa, principalmente com a bandeiras da anti-imigração e contrária aos direitos da comunidade LGBT. O primeiro grande marco desse movimento foi a vitória de uma coalizão de extrema-direita na Itália, representando a chegada do extremismo ao comando de um dos países mais importantes da Europa. Tornou-se primeira ministra Giorgia Meloni, líder populista eurocética e saudosista do ditador Benito Mussolini.
A Hungria, em cuja embaixada no Brasil hospedou-se o ex-presidente Jair Bolsonaro, tem como homem forte o nacionalista ultra conservador Viktor Orban. Na França e Alemanha, as duas principais economias do continente, as formações ultra-direitistas também estão em ascensão, assim como em outras nações como Portugal, onde, recentemente, o partido Chega subiu de 12 para 48 deputados, mudando o equilíbrio de forças no país.
Na Espanha, assim como o Chega em Portugal, o partido Vox, também com uma agenda ligada à extrema-direita, é atualmente a terceira força no Congresso dos Deputados.
As eleições para o Parlamento Europeu definem os rumos da União Europeia, abrangendo temas como meio-ambiente, segurança, migração, políticas sociais, direitos dos consumidores e economia. O grande dilema é que os partidos da extrema direita em sua maioria são eurocéticos, desejam que seus países saiam da União Europeia. E tem pouca afeição pela democracia tradicional.
Termino reproduzindo texto original do Parlamento Europeu, que demonstra um pouco da angústia com o resultado das eleições que começam no dia 6.
“Use o seu voto para defender a democracia A democracia não é um dado adquirido. Trata-se de uma conquista coletiva — e de uma responsabilidade coletiva em que todos temos um papel a desempenhar. A democracia começa conosco – as pessoas. Ganha os seus contornos graças ao nosso voto nas eleições europeias, e as decisões que dela decorrem têm influência nas nossas vidas. Se não participamos, também não podemos moldar o futuro; mas, mais do que isso, a democracia parlamentar europeia perde vitalidade e os seus valores ficam desprovidos de sentido. Quanto mais pessoas votarem, mais forte será a nossa democracia.”