Minoritários da Petrobras perdem com decisão do governo

Mais cedo, a companhia anunciou uma redução nos preços da gasolina e do álcool para as distribuidoras

Agência Brasil
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Por Beatriz Lauerti

As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras intensificaram as perdas na tarde desta terça-feira com o noticiário focado na questão da reoneração dos combustíveis anunciada pelo governo e na compensação a partir do corte de preços dos produtos para as distribuidoras pela Petrobras.  

Os papéis ordinários (PETR3) e preferenciais (PETR4) da petroleira caíam 2,56% e 1,68% por volta das 16h45 desta terça-feira, cotados a R$29,30 e R$25,71, respectivamente.

A política de distribuição de dividendos era o que mais preocupava os acionistas da estatal e os investidores mundo afora, principalmente após uma notícia do jornalista Valdo Cruz, do jornal G1, que afirma que em uma reunião nesta manhã entre o presidente Lula, ministros e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, além das alíquotas da reoneração dos combustíveis, a distribuição de dividendos da petroleira também teria sido discutida.

Depois da notícia, as ações da Petrobras passaram a cair com mais força. Segundo a notícia, a ideia é que uma parte da distribuição de proventos seja preservada para investimentos em transição energética e na área social.

Mais cedo, a companhia anunciou uma redução nos preços da gasolina e do álcool para as distribuidoras. A partir de quarta-feira, 1 de março, o valor médio de venda de gasolina A da companhia vai de R$3,31 para R$3,18 por litro, diminuição de R$0,13, equivalente a 3,9%. Já o diesel A passará de R$4,10 para R$4,02 por litro, uma redução de R$0,08, que corresponde a 1,95%.

O Ministério da Fazenda decidiu na segunda-feira, 27, a volta gradual da tributação federal sobre os combustíveis. O corte de preços pela Petrobras é visto como uma medida para tentar amenizar o impacto da reoneração.

Os preços da gasolina estão R$0,18 por litro mais caros no Brasil do que no exterior, e os do diesel R$0,01 por litro, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o que permitiu a redução feita pela Petrobras, de acordo com especialistas.

O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na noite de segunda-feira que a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), seguida pela Petrobras,  indica que “há um colchão” que permitiria elevar ou abaixar o preço dos combustíveis, o que isso poderia ser utilizado como estratégia.