Mercados sobem antes de dados da inflação dos EUA

No Brasil, investidores devem continuar aguardando a Reforma Tributária

Reuters News Brasil
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Por: Leandro Tavares

Com uma agenda relativamente mais leve do lado doméstico, os investidores se voltam para os dados da inflação americana nesta quarta-feira. A expectativa é de que a inflação ao consumidor americano atinja o menor nível desde 2021, o que leva os mercados internacionais a subirem à espera do dado, às 9h30.

A estimativa do mercado aponta para uma variação de 5% nos preços ao consumidor final em junho na base anual, enquanto o consenso prevê uma variação de 0,30% na comparação mensal. Caso a desinflação seja maior, é possível que a expectativa para o ritmo da taxa de juros americana possa ter alguma mudança – assim como um dado mais forte pode reforçar a postura defensiva dos investidores.

Ainda nos EUA, o Federal Reserve vai divulgar o Livro Bege, às 15h, que serve como parâmetro da evolução econômica dos distritos americanos e também como balizamento para as decisões monetárias. Além disso, o mercado deve acompanhar o discurso de três membros do Fed, que podem dar sinais da direção da política monetária americana.

Assim como ontem, o governo americano vai realizar mais um leilão de Treasuries nesta quarta-feira, às 14h. Porém, desta vez, os títulos alvo da oferta são os de 10 anos. Nesta terça-feira, o governo colocou US$40 bilhões em leilão de títulos de três anos, com taxa de corte de 4,534%.

Na Europa, assim como os futuros americanos, todos os mercados operam em alta. Entre os destaques por lá, o banco central da Inglaterra divulgou um relatório antes da abertura do mercado, afirmando que os bancos britânicos são fortes o suficiente para apoiar famílias e empresas em meio ao aperto de custos.

No Brasil, a agenda é mais vazia depois da divulgação do IPCA na terça-feira. Entre os indicadores, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, às 9h, os dados de volumes de serviços no país de maio segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).

Do lado político, investidores devem continuar aguardando o andamento da Reforma Tributária, cuja votação no Senado só deve ocorrer entre o começo e o meio de outubro, segundo o relator Eduardo Braga (MDB). O novo arcabouço fiscal, também aguardado, segue com expectativa de ser apreciado apenas em agosto na Câmara.

Em relação às commodities, os futuros do minério de ferro negociados em Dalian, na China, acompanharam o movimento visto ontem e subiram 2,6%, a 825,0 iuanes, ou US$114,69 por tonelada, refletindo a expectativa de estímulos do governo chinês aos setores.

O petróleo tipo Brent, por sua vez, operava em alta de 0,18%, a US$79,54 por barril.

Ontem, o mercado brasileiro de câmbio e a bolsa fecharam em baixa, reverberando a inflação brasileira e a expectativa de dados americanos. O Ibovespa recuou 0,61%. Para analistas, a região de 116 mil pontos é vista como o suporte técnico do índice.

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MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 subiam 0,15%, 0,21% e 0,26%, respectivamente.

O Índice Stoxx Europe 600 subia 0,79%, enquanto o índice alemão DAX tinha alta de 0,82% e o britânico FTSE100 tinha alta de 1,02%.

O dólar americano opera em queda em comparação aos pares. O DXY caía 0,19%, a 101,453 pontos. No geral, a maioria das moedas apresentam baixa nesta quarta-feira, enquanto a lira turca e o rand sul-africano se valorizam em relação ao dólar.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, operam em baixa de 0,70%, com os investidores no aguardo do dado sobre inflação.

Na Ásia, as bolsas fecharam mistas, com o índice HSI de Hong Kong subindo 1,08% e o Xangai Composto caindo 0,78%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, teve baixa de 0,81%.

O Bitcoin subia 0,98% nas últimas 24 horas, a US$30.714,80; o Ethereum tinha alta de 1,02% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro pode abrir sem direção definida, no aguardo do dado da inflação americana.O índice tem suporte na mínima dos últimos dias em 116.559 pontos e resistência nas médias de 9 e 21 dias pouco acima de 118 mil pontos.

Câmbio: O dólar futuro pode abrir em baixa, dando continuidade ao movimento de ontem, a depender dos dados da inflação americana.

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 podem refletir as incertezas sobre a inflação americana. Os juros futuros nos EUA operam majoritariamente em baixa.

DESTAQUES

A manutenção da meta de inflação em 3,0% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2026 retomou a credibilidade do mecanismo e tornou o processo de desinflação menos custoso, avaliou o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, nesta terça-feira. (Mover)

Guillen também avaliou que, atualmente, ocorre um processo de desinflação em “dois estágios” no Brasil, com a queda de preços de bens industriais e de alimentação, enquanto o setor de serviços ainda se encontram em níveis elevados. (Mover)

Diante da melhora das condições financeiras domésticas, o BTG Pactual decidiu revisar a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano de 1,9% para 2,2%, e de 0,7% para 1,0% em 2024, segundo relatório divulgado nesta terça-feira. (Mover)

IPCA registra deflação, mas serviços resistem. Desempenho foi pressionado para baixo especialmente por dois grupos: transportes e alimentos (Valor)

Deflação em junho aumenta a expectativa por queda nos juros. Brasil tem variação negativa de preços. (Estadão)

As ações da Activision registraram a maior alta intradiária na Nasdaq desde janeiro de 2022, após a justiça americana decidir em favor da Microsoft em uma ação que pedia o bloqueio preliminar da aquisição da gigante de games. Os papéis avançaram 10,02% na sessão, cotados a US$90,99. (Mover)