Por: Leandro Tavares
As bolsas internacionais iniciam a semana sem direção única, de olho na possível escalada da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em dados na zona do euro e nos rendimentos das Treasuries nos Estados Unidos. No Brasil, destaque para o Boletim Focus do Banco Central.
No Oriente Médio, é de onde vem a maior preocupação dos investidores nesta segunda-feira, após Israel ameaçar entrar na Faixa de Gaza, região dominada pelo Hamas, nas próximas horas e o Irã, que detém muitas reservas de petróleo, alertar que o Hezbollah entrará em ação caso isso aconteça.
Com isso, o petróleo tipo Brent, que opera em baixa neste momento, pode virar e subir, à medida que o conflito se intensifique e a participação do Irã seja confirmada, já que o país controla o estreito de Ormuz, podendo ter algum impacto na demanda e oferta do óleo.
Na Ásia, os mercados encerraram em baixa, impactados pela possibilidade de escalada na crise no Oriente Médio e pela queda da produção industrial no Japão.
Além disso, o PBoC, banco central chinês, deixou o juro de médio prazo inalterado em 2,5%, sinalizando que as principais taxas de referências ficarão desta forma nos próximos dias.
No Japão, a produção industrial caiu 0,7% na leitura final de agosto, enquanto o consenso esperava uma estabilidade. Na base anual, o dado registra uma queda de 4,4%.
Na Europa, as bolsas oscilam bastante nas primeiras horas do pregão, influenciadas pela balança comercial na zona do euro, que alcançou um superávit de 11,9 bilhões em agosto, um ganho considerável comparado a julho, quando havia registrado saldo positivo de 3,5 bilhões de euros.
Na Alemanha, os preços do atacado subiram 0,2% em setembro na comparação mensal, mesmo número visto em agosto. O dado evidencia a resiliência da maior economia do bloco europeu, já que números mistos têm confirmado a dificuldade de recuperação.
Nos EUA, com uma agenda econômica fraca, os investidores focam nos resultados trimestrais de grandes corporações ao longo da semana e na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Por lá, o presidente Joe Biden alertou ontem à noite que uma possível invasão de Israel a Faixa de Gaza pode ser “um grande erro”, pois o Hamas não representa o povo palestino. A iniciativa de Biden pode arrefecer a iniciativa isralense, uma vez que o principal aliado se manifestando dessa maneira pode fazer o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu recuar da decisão de invadir a Faixa de Gaza por terra.
Na agenda do dia, destaque para o índice de manufatura Empire State, às 9h30, além dos discursos de Patrick Harker, presidente do Federal Reserve de Filadélfia, previstos para as 11h30 e 17h30.
Ainda na maior economia do mundo, os EUA planejam reforçar as medidas para restringir o acesso da China a semicondutores avançados e equipamentos de produção de chips, de acordo com a Bloomberg. O objetivo seria impedir que o seu rival geopolítico obtenha tecnologias de ponta que possam conferir uma vantagem militar.
No Brasil, a expectativa é pelo avanço da pauta econômica no Congresso, com a expectativa de votação da taxação de fundos exclusivos e de offshores até quarta-feira, como mencionado pelo relator do projeto na Câmara dos Deputados, Pedro Paulo (PSD-RJ).
Às 8h, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulga o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de outubro. A partir das 8h25, o BC divulga a projeção do mercado sobre as expectativas da economia brasileira, no Boletim Focus.
Na sexta-feira, o Ibovespa encerrou em queda, em dia de baixa liquidez, devido ao feriado prolongado, de olho no exterior. No mercado de câmbio, o dólar fechou em alta, refletindo a tensão geopolítica e de olho no aperto monetário nos EUA.
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MERCADOS GLOBAIS
Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam sem direção única, com o primeiro subindo 0,26%, o segundo em alta de 0,11% e o terceiro caindo 0,14%.
O Índice Stoxx Europe 600 caía 0,08%, enquanto o índice alemão DAX tinha queda de 0,21%, e o britânico FTSE-100 em alta de 0,30%. Entre os setores, destaque para o segmento de telecomunicações, que caía 1,41%.
O dólar americano operava em queda em comparação aos pares. O DXY tinha baixa de 0,18%, aos 106,483 pontos. No geral, as moedas operam sem direção única, com destaque para o rand sulafricano, que subia 0,57%.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez anos, ou T-Notes, operavam em alta de 7 pontos-base, a 4,687%.
Na Ásia, o índice HSI de Hong Kong caiu 0,97%, enquanto Xangai Composto teve baixa de 0,46%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, teve queda de 2,03%.
O minério de ferro com teor de concentração de 62%, negociado na bolsa de Dalian, subia 2,86% às 6h, cotado a US$117,81 por tonelada.
O petróleo tipo Brent, que serve como referência para a Petrobras, operava em baixa de 0,14%, a US$90,76 por barril, de olho na guerra do Oriente Médio.
O Bitcoin tinha alta de 3,07% nas últimas 24 horas, a US$27.722,00; o Ethereum subia 1,55% no mesmo período.
MERCADOS LOCAIS
Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir volátil, de olho no exterior e nas commodities. O índice tem suporte mínimo em 108.800 pontos e resistência máxima em 125.500 pontos, segundo o BB Investimentos.
Câmbio: O dólar futuro deve abrir em alta, de olho nos juros americanos e no mercado de commodities.
Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem continuar o movimento de alta. Os juros futuros nos EUA operam em alta, à espera de dados e de olho na guerra no Oriente Médio.
DESTAQUES
A rede de supermercados GPA e seu controlador, o grupo francês Casino, assinaram um pré-acordo com o Grupo Calleja, de El Salvador, para venda da varejista colombiana Éxito. A transação deve ocorrer até o fim do ano por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA) que avalia 100% do Éxito em US$1,18 bilhões. Dessa forma, a participação do GPA equivale a US$156 milhões, ou cerca de R$790 milhões. (Mover)
Governo tenta evitar gasto de R$8,6 bilhões com FGTS. Além do impacto fiscal, Executivo teme que a decisão negativa à União inviabilize o financiamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. (Valor)
Aliado, Alcolumbre gera incômodo no Planalto. Embora tenha indicado dois ministros, o senador pautou na CCJ projetos que desagradam à esquerda, como o marco temporal das terras indígenas, e está travando a sabatina de nomes escolhidos por Lula para o STJ. (O Globo)
Alta do petróleo vira aposta da equipe econômica para melhorar arrecadação. Disparada no preço do barril após ataque do Hamas a Israel não deve, porém, reverter tendência de perda de força nas receitas do governo. (Valor)
Os contratos futuros do petróleo tipo Brent, para entrega em dezembro, subiram quase 6% na sessão de sexta-feira, com a commodity tendo registrada a maior valorização semanal desde fevereiro, com os operadores avaliando a potencial escalada do conflito entre Israel e Hamas, a partir do momento em que Israel iniciava ataques terrestres dentro da Faixa de Gaza. (Reuters)
Os preços do petróleo devem alcançar o patamar de US$100 por barril devido à situação atual no Oriente Médio, afirmou o ministro do petróleo do Iran, Javad Owji, na sexta-feira, de acordo com uma agência. (SHANA)
Grandes gestoras de fundos multimercados assumiram, majoritariamente, posição aplicada em juros americanos no mês passado, isto é, que ganham com a queda das taxas. O movimento foi realizado após a intensa alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro e após uma maior colocação de Treasuries pelo governo americano para financiar um crescente déficit fiscal. (Scoop by Mover)
A Mover consultou e compilou as cartas a cotistas mais recentes divulgadas pelas maiores gestoras de fundos multimercados, em que as posições aplicadas são destaque. Vale reforçar que os materiais foram produzidos antes da eclosão do conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. (Scoop by Mover)
O aumento das tensões geopolíticas ofuscou os resultados trimestrais de instituições financeiras, reportados na sexta-feira. Nos balanços, a maioria dos bancos reportou lucros mais altos, impulsionados pelas taxas de juros e margens financeiras maiores. No entanto, a escalada do conflito entre Israel e Hamas aumentou a aversão ao risco entre investidores. (Mover)
Com escalada entre Israel e Hezbollah, EUA enviam armas e o Irã faz ameaças. Com 2.329 mil mortos, a guerra já é a mais letal da história da Faixa de Gaza; violência explode no território da Cisjordânia e 330 são presos pelas forças israelenses. (Estadão)