Mercados internacionais sobem de olho na inflação

Nos EUA, os balanços corporativos seguem como destaques

Pixabay
Pixabay

Por: Leandro Tavares

Os mercados internacionais operam em alta nesta quarta-feira, reverberando a inflação do Reino Unido abaixo do esperado, que pode endossar uma política monetária menos apertada também na região. Nos Estados Unidos, os índices futuros acompanham o movimento de ontem e sobem na expectativa por balanços corporativos.

Na Europa, o índice de preço ao consumidor britânico teve variação de 0,1% em junho na comparação mensal, sendo que o consenso do mercado esperava 0,40%. Na base anual, o dado teve variação de 7,9% em junho, ante um consenso do mercado de 8,20%.

Na zona do euro, o índice de preço ao consumidor teve variação de o,30% em junho na base mensal, em linha com o consenso. Na comparação anual, o dado de junho teve variação de 5,5%, mesma estimativa do consenso. O núcleo de preço ao consumidor, por sua vez, registrou variação anual de 5,5% em junho, ante um consenso de 5,40%.

Nos EUA, os balanços corporativos seguem como destaques. Antes da abertura do mercado, os bancos Goldman Sachs e o US Bancorp reportam os números do segundo trimestre, com o consenso do mercado prevendo lucro por ação de US$3,46 e US$1,06, respectivamente.

Após o fechamento do mercado, será a vez de gigantes como Netflix, Tesla e IBM, com consenso por ação de US$2,84, US$3,98, US$0,79 e US$2,02, nessa ordem.

Além disso, o governo americano vai realizar nesta quarta-feira, às 14h, o leilão de Treasuries de 20 anos, que tem como objetivo o financiamento das despesas públicas.

No Brasil, os investidores mantêm foco nos resultados trimestrais das empresas em um dia de agenda política e de indicadores esvaziada, com destaque para Weg, que divulgou o balanço do segundo trimestre acima do previsto pelo mercado nesta manhã. O lucro líquido da companhia no intervalo foi de R$1,37 bilhão, ante consenso de R$1,32 bilhão.

Ainda na cena local, o dia deve ser marcado pela repercussão dos dados de produção da Vale acima do esperado no segundo trimestre. Entre abril e junho, a mineradora produziu 78,7 milhões de toneladas de minério de ferro, alta de 6,3% na base anual e acima do TC Consenso, de 78 milhões de toneladas. Os embarques totais também superaram as expectativas.

O resultado positivo da Vale é um alento para os investidores, já que existe uma preocupação com os impactos de um crescimento mais fraco da economia chinesa, grande consumidora de minério de ferro.

No mercado de commodities, os futuros do minério de ferro negociados em Dalian, na China, caíram 0,60%, a 834,00 iuanes, ou US$115,38 por tonelada, mais uma vez diante do arrefecimento da economia chinesa e na expectativa por estímulos no país asiático.

Já o petróleo tipo Brent operava em alta de 0,50%, a US$80,03, de olho nos estoques semanais de petróleo dos EUA, que serão divulgados às 11h30.

Ontem, a bolsa local fechou em queda, mas acima dos 117 mil pontos, pressionada por Itaú e Vale. No mercado de câmbio, o dólar fechou perto da estabilidade, a R$4,80,91, com os agentes financeiros digerindo os dados americanos de vendas no varejo e produção industrial aquém do esperado.

Para mais informações, acesse os Panoramas Corporativo e Político no pré-abertura. Fique de olho na cobertura dos indicadores e eventos mais importantes na agenda TC nos terminais da Mover e TC Economatica.

MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam em alta de 0,15%, 0,08% e 0,17%, respectivamente.

O Índice Stoxx Europe 600 subia 0,41%, enquanto o índice alemão DAX tinha alta de 0,21% e o britânico FTSE100 avançava 1,53%.

O dólar americano sobe em comparação aos pares. O DXY tinha alta 0,22%, a 100,142 pontos. No geral, as moedas operam sem direção definida nesta quarta-feira, com os investidores ainda digerindo dados americanos.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, operam em baixa de 0,71%.

Na Ásia, as bolsas encerraram sem direção definida, na esteira de balanços positivos nos EUA e com os investidores ainda preocupados com a economia chinesa. O índice HSI de Hong Kong caiu 0,33%, enquanto o Xangai Composto teve alta de 0,03%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, subiu 1,24%.

O Bitcoin tinha alta de 0,17% nas últimas 24 horas, a US$30.010,40; o Ethereum subia 0,63% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir o pregão em alta, repercutindo dados de produção da Vale e na expectativa por novos balanços americanos. O índice tem suporte na mínima dos últimos dias em 117.000 pontos e resistência nas médias de 9 e 21 dias pouco acima de 120 mil pontos.

Câmbio: O dólar futuro deve abrir oscilando entre o positivo e negativo, seguindo o movimento de ontem, ainda de olho na política monetária nos EUA.

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem continuar o movimento de queda, de olho no comportamento da inflação no bloco europeu. Os juros futuros nos EUA operam em baixa.

DESTAQUES

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse ontem que o governo só iniciará a segunda fase da reforma tributária, que irá incidir sobre a renda e o patrimônio, após terminar a fase que remodela os tributos sobre o consumo. “A reforma do IR só sai depois da reforma tributária do consumo, lá para o final do ano”, afirmou. (Mover)

Lançado sem a plataforma estar pronta, sem aplicativo e atendendo primeiramente ao público mais endinheirado, que recebe até R$20 mil, o programa de refinanciamento de dívidas do governo federal, Desenrola Brasil, liberou recursos da ordem de R$50 bilhões para que o sistema bancário faça a renegociação. Na prática, a cada R$1 oferecido como desconto, os bancos poderão apurar R$1 de crédito presumido. (Mover)

Em função do ponto facultativo em dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo de Futebol Feminino, o Banco Central alterou as datas de publicação do relatório Focus e dos Indicadores Econômicos Selecionados. Com isso, o Focus, que seria divulgado no dia 24 de julho passou para o dia 25, terça-feira, às 8h30. Os indicadores, por sua vez, passarão do dia 2 de agosto para o dia 3, quinta-feira, às 14h30. (Mover)

A Petrobras pode reduzir o nível de pagamento de dividendos aos acionistas a partir dos resultados do segundo trimestre deste ano, mas ainda mantendo proventos fortes, avaliaram analistas de bancos após declarações do presidente da companhia, Jean Paul Prates, sobre o plano de negócios 2024-2028, que ainda será divulgado. (Mover)

O Dow Jones acumulou a maior sequência de altas consecutivas desde março de 2021 nesta terça-feira, impulsionado pelos fortes resultados trimestrais de bancos. Desde 10 de julho, o índice acumula alta de 2,96%. Entre os bancos que divulgaram os resultados na véspera, o Morgan Stanley reportou receita líquida recorde derivada de seu braço de gestão de fortunas, o que ajudou a equilibrar os fracos resultados da área de trading e investimentos. (Mover)

Os resultados trimestrais das instituições financeiras nesta terça mostraram que juros mais altos ajudaram a impulsionar os lucro no segundo trimestre. Ainda assim, uma retração nos gastos do consumidor, somado a um crescimento mais lento dos empréstimos e um aumento dos custos de depósitos, pode turvar as perspectivas para o setor. (Reuters)

A Microsoft renovou máxima de fechamento ontem, após a companhia ter anunciado que passará a precificar em US$30 mensais o acesso a ferramentas de inteligência artificial no pacote Office. O valor de mercado da companhia alcançou US$2,67 trilhões na sessão. (Mover)

A unidade da Bradesco Securities, de Nova York, foi vítima de um incidente de segurança, que pode ter resultado na visualização não autorizada de dados de funcionários administrativos e de clientes, informou o banco em nota na noite desta terça. (Mover)

Governo já prepara regulamentação da reforma tributária. Leis complementares vão operacionalizar 46 pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC). (Valor)

Setores vão pressionar Senado por mais exceções na reforma tributária. Movimento pode provocar aumento da alíquota geral do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). (Estadão)

Agro e petróleo devem levar a recorde na balança comercial. Crise na Ucrânia, porém, liga alerta para risco de inflação de alimentos. (O Globo)