Ibovespa sobe, recupera parte do tombo de ontem e destoa do exterior

As ações de empresas focadas no mercado doméstico recompõem parte de perdas acentuadas de ontem

Pixabay
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Por Patricia Lara

O Ibovespa sobe nesta sexta-feira e recupera parcialmente o tombo de ontem, resistindo ao clima negativo no exterior diante da persistência de preocupações relacionadas a uma crise sistêmica no setor Bancário. As ações de empresas focadas no mercado doméstico recompõem parte de perdas acentuadas de ontem, quando o ambiente foi arranhado por críticas ampliadas do governo ao Banco Central, que esvaziou a expectativa de corte da taxa básica de juros brasileira no curto prazo. Divulgada hoje, a prévia do índice de inflação desacelerou menos que o esperado na base mensal, mas trouxe núcleos benignos.

Perto das 12h34, o Ibovespa subia 0,6%, aos 98.518,39 pontos. Ontem, o índice caiu 2,29% e fechou aos 97.926,34 pontos – e o índice de Força Relativa atingiu 19,68, bem abaixo do patamar de 30 que indica condição sobrevendida.

Nesta manhã, as ações ordinárias da B3 subiam 2,02%, a R$ 10,63, e as preferenciais do Itaú, 1,24%, a R$ 23,09. As preferenciais de classe A da Braskem saltavam 8,41% e eram a maior alta percentual do índice. Em contrapartida, os ordinários da Vale recuavam 1,52%, a R$78,40, ampliando a queda semanal da mineradora para mais de 5%, mesmo após o minério de ferro estabilizar na bolsa chinesas de Dalian.

No front macroeconômico, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de março desacelerou para 0,69%, ante consenso de 0,65% e 0,76% em fevereiro. Os núcleos do IPCA-15, contudo, vieram benignos. No front político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a agenda de hoje e postergou viagem para China em razão de uma pneumonia.

No exterior, o índice DAX, referencial da bolsa alemã de Frankfurt, reduzia a queda a 1,95%, após perda de mais de 2% mais cedo. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse aos líderes da União Europeia que o setor Bancário da Zona do Euro era resiliente devido ao forte capital, posições de liquidez e reformas pós-2008. As ações do Deutsche Bank cediam 7,9%, também atenuando a baixa de 13% vista mais cedo, após forte alta do custo dos swaps de crédito para inadimplência (CDS), um derivativo criado para funcionar como um contrato de seguro para risco de calote.

Também perto das 11h45, em Nova York, o índice S&P500 cedia 0,61%, e o juro projetado nos títulos de dez anos da dívida americana caía 4,5 pontos-base, a 3,361%, atenuando a queda mais acentuada observada pela manhã.