Juros sobem após governo adiar entrega do arcabouço fiscal

Para Lira, o texto da nova regra deve avançar no Congresso “sem dificuldades”

Pixabay
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Por Fabricio Julião

As taxas dos contratos de juros futuros abriram em alta após o adiamento da entrega do arcabouço fiscal ao Congresso Nacional para terça-feira. A informação da prorrogação foi dita pelo o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), em entrevista à GloboNews.

O projeto final pode trazer detalhes ainda desconhecidos sobre a nova regra fiscal, o que deve impactar os mercados.

Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), o texto da nova regra deve avançar no Congresso “sem dificuldades”. Lira também afirmou, em entrevista à Band TV, que a matéria deve ser votada no plenário da Câmara em, no máximo, três semanas.

Os Dis iniciaram o movimento de alta no dia de hoje após o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de janeiro apresentar um resultado mais forte que o esperado, retraindo 0,04% no comparativo mensal, contra consenso do mercado de -0,10%.

O resultado do indicador, considerado a “prévia do PIB”, elevou a curva dos DIs, com os investidores temendo que dados de resiliência da atividade econômica local deem consistência para o Banco Central continuar mantendo a taxa básica de juros (Selic) inalterada por um período maior de tempo, postergando o início do corte da taxa básica.

O boletim Focus divulgado hoje pelo BC apresentou corte na Selic para 2023, passando de 12,75% para 12,50%, após oito semanas seguidas de manutenção. Agentes financeiros consultados pela Mover acreditam que o início de cortes da taxa básica de juros terá início no segundo semestre deste ano.

No exterior, a força para alta nas taxas vem do dado de artividade manufatureira Empire Satate, que registrou 10,8 em abril, ante consenso de -18. O dado mostra força da economia americana e reforça o sentimento de elevação de juros por parte do Federal Reserve, o banco central norte-americano.