Juros futuros sobem após IPCA esfriar ideia de alívio antecipado da Selic

Nos EUA, o mercado reduziu a possibilidade de o Fed reacelerar a alta da taxa básica de juros após o relatório do mercado de trabalho americano, o Payroll

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Por Patrícia Lara

As taxas futuras de juros sobem na manhã desta sexta-feira no Brasil, após o dado de inflação ao consumidor de fevereiro superar as expectativas de analistas e esfriar a perspectiva de alívio da política monetária local já em maio. Nos Estados Unidos, o mercado reduziu a possibilidade de o Federal Reserve reacelerar o aumento da taxa básica de juros após o relatório do mercado de trabalho, o Payroll, mostrar ganho salarial abaixo do esperado em fevereiro, ainda que a geração de empregos tenha superado a previsão de analistas.

Perto das 11h24, o DI com vencimento em Jan/24 subia 7,5 pontos-base, a 13,11%; o de Jan/25, 7 pontos-base, a 12,30%; o de Jan/27, 3 pontos-base, a 12,59%; o de Jan/29, 3 pontos-base, a 12,98%; e o de Jan/31, 2 pontos-base, a 13,16%.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, que subiu 0,84% ante 0,53% registrados no mês anterior. A expectativa era de alta de 0,78%, conforme a mediana das 37 projeções colhidas pela Mover e Economatica para o Consenso TC. Já a estimativa de mercado era de 0,80%.

“As leituras recentes do IPCA sugerem que a tendência de desinflação observada no ano passado parece perder força, com os índices ainda em níveis elevados. Isso não é uma boa notícia para o Copom, à medida que se aproxima a reunião de março”, afirmou o economista-chefe da XP, Caio Megale, à Mover, referindo-se ao Comitê de Política Monetária do Banco Central.

Nos EUA, o Payroll de fevereiro apontou para a desaceleração do ganho salarial e levou investidores a precificarem uma elevação mais amena da taxa de juros americana para a reunião de março do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve. A economia americana abriu 311 mil postos de trabalho no mês passado em termos líquidos, enquanto o consenso de mercado apontava alta de 205 mil. O ganho médio por hora trabalhada foi de 0,2%, ante o consenso de aumento de 0,3% na base mensal e variação de 0,3% registrada em janeiro.

Os contratos de derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange (CME) passaram a contemplar 57,5% de probabilidade de elevação dos juros americanos em 0,25 ponto percentual, ante 31,7% antes da divulgação do Payroll. Já a aposta para alta de 0,50 ponto percentual recuou de 68,3% para 42,5%.