Por: Clara Guimarães
As taxas dos contratos de juros futuros fecharam em alta nesta quinta-feira no Brasil, após o comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central divulgado ontem enfraquecer a aposta de início do corte da taxa básica de juros neste ano.
Ao fim da sessão regular, o DI com vencimento em Jan/25 subia 18,5 pontos-base, a 12,97%; o de Jan/27, 5 pontos-base, a 12,825%; o de Jan/29, 3 pontos-base, a 12,98%; e o de Jan/31, 2 pontos-base, a 13,06%. Perto das 17h15, o dólar futuro operava em queda de 0,23% na B3, a R$5,070.
Segundo o head da mesa de renda variável da AVG Capital, Apolo Duarte, o movimento reflete a mensagem mais dura do Copom no comunicado da decisão de ontem, no qual afirmou que pode adiar o corte da taxa Selic diante da conjuntura “particularmente incerta” do país.
O tom do documento levou muitos bancos e gestoras a revisarem seus cenários. Entre as 19 instituições procuradas pela Mover, 10 esperam que a Selic permaneça inalterada até o fim deste ano, e comece a cair apenas em 2024, se não surgirem mais choques, como alertou o Opportunity em relatório.
“Temos questões fiscais que não estão bem endereçadas. O mercado está atento a novas notícias e a como será o endereçamento da âncora fiscal, que é o que mantém essa oscilação mais forte”, ressaltou Duarte.
O Tesouro Nacional também encontrou dificuldade em vender os títulos prefixados no leilão tradicional de quinta-feira. Das 7 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) ofertadas hoje, foram vendidas apenas 1,085 milhão, ou 15,5% do lote.
Nos Estados Unidos, o rendimento dos títulos de Tesouro americano de dez anos operava estável, a 3,395%, perto das 16h30,avaliando a decisão do Federal Reserve de aumentar os juros do país em 25 pontos-base, levando a taxa Fed Funds para o intervalo entre 4,50% e 4,75%.