Juros fecham próximos das máximas com exterior e Lula

Ao final da sessão regular, o DI com vencimento em janeiro de 2025 subia 18,5 ponto-base, a 13,245%

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Por: Clara Guimarães

Os contratos de juros futuros no Brasil fecharam em forte alta nesta sexta-feira, seguindo o movimento dos yields dos Treasuries nos Estados Unidos, após o relatório de emprego americano, Payroll, mostrar reaceleração da criação de empregos em janeiro. Também contibuem para estressar o mercado as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central feitas ontem à noite.

Ao final da sessão regular, o DI com vencimento em janeiro de 2025 subia 18,5 ponto-base, a 13,245%; o de Jan/27 ganhava 25 pontos-base, a 13,155 %; o de Jan/29 adicionava 26 pontos-base, a 13,34%; e o de Jan/31, 27 pontos-base, a 13,44%. Nos Estados Unidos, o rendimento do título do Tesouro de dez anos subia 12,5 pontos-base a 3,523%, perto das 16h30.

O movimento reflete o mau humor após dado muito acima do esperado do Payroll, indicando que o mercado de trabalho está extremamente forte, sem sinais de desaceleração, o que pode ser um empecilho para o Federal Reserve declarar vitória no controle inflacionário.

Segundo o relatório, os EUA criaram 517 mil vagas no mês passado, muito acima das 185 mil projetadas pelo consenso Mover. A taxa de desemprego caiu para 3,4%, ante o consenso de 3,6%, e no menor patamar desde 1969.

Analistas consultados pela Mover também citam o impacto da fala do Lula de que esperará o fim do mandato de Roberto Campos Neto para avaliar a autonomia do Banco Central, assim como o tom mais duro do Comitê de Política Monetária em comunicado de quarta.

Segundo Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital, o pronunciamento não foi bem recebido pelo mercado, que esperava uma queda da Selic durante o ano. “O tom do Copom foi bastante ‘hawkish’, indicando que, se necessário, não haverá queda na taxa de juros do país neste ano”, explicou.