Por: Fabricio Julião
As taxas dos contratos de juros futuros operavam sem direção única nos primeiros negócios desta segunda-feira. Os DIs rondavam a estabilidade, com agentes financeiros digerindo as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre horizonte fiscal, a tramitação do arcabouço no Congresso e o boletim Focus.
Por volta das 11h20, os DIs com vencimentos mais curtos operavam em leve queda, enquanto os com vencimentos mais longos subiam, ambos com forte volatilidade. A curva sofreu algumas alterações com viés altista após as declarações de Haddad. O ministro da Fazenda disse que o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a exclusão de benefícios concedidos no âmbito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do Imposto sobre a Reda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) pode mudar o horizonte fiscal no Brasil.
Segundo o ministro, esses benefícios fiscais do ICMS causam centenas de bilhões de prejuízos para o erário. O julgamento sobre o caso no STJ será retomando na quarta-feira. Haddad também afirmou que a renúncia fiscal é “a maior caixa preta do Brasil”, e que vai estudar a possibilidade de acabar com o instrumento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) no Brasil.
Agentes financeiros também monitoram a tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso. O projeto final publicado na semana passada trouxe incertezas aos investidores, mas é visto como uma forma de ajudar a ancoragem das expectativas inflacionárias e o queda da taxa básica de juros (Selic) antecipada pelo Banco Central.
Nesta segunda-feira, o boletim Focus do BC elevou a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano de 6,01% para 6,04%, na quarta alta seguida. Já sobre a Selic, os economistas consultados mantêm a estimativa de que a taxa básica de juros encerre 2023 em 12,50% ao ano.
Veja abaixo a variação nas taxas de juros pelos contratos dos DIs futuros.