Por: Patricia Lara
O Itaú e a XP passaram a indicar títulos públicos prefixados com prazo intermediário como alternativa de maior rentabilidade para junho, diante da expectativa de iminente queda da taxa básica de juros brasileira e baseados na projeção de que a inflação no acumulado em 12 meses teria pouco espaço adicional para cair ainda mais à frente.
O Itaú elevou a recomendação de alocação em títulos prefixados de prazo de 3 anos de 10% para 35% em sua carteira de papéis do Tesouro Direto. Na análise do banco, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses em 4,18%, há pouco espaço para o indicador de inflação cair ainda mais no curto prazo, segundo o analista Lucas Queiroz.
“Desta maneira, as forças que trouxeram a inflação implícita para um patamar mais baixo não devem se manter à frente, gerando menor espaço para uma rodada adicional de queda. Diante de menor expectativa de prêmio, estamos optando por aumentar a alocação em títulos prefixados de prazo intermediário (2 ou 3 anos à frente), reduzindo a exposição em títulos prefixados de longo prazo”, escreveu Queiroz em relatório com data de 2 de junho.
Mais cedo, o Banco Central divulgou o boletim Focus com projeções de economistas. A expectativa para o IPCA de 2023 caiu para 5,9%, e para o ano que vem, para 4,12%.
O BTG também está olhando títulos prefixados de vencimento intermediário como apostas mais atrativas, com foco em papéis “duration” próxima de 3 anos, que, segundo o time, começam a ficar interessantes diante da precificação de alívio da Selic.
Segundo relatório do BTG, a curva de juros já precifica um corte de 400 pontos-base da taxa de juros brasileira até o final de 2024.
Segundo o Consenso TC, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicie o processo de alívio monetário no segundo semestre – com maiores apostas nos encontros de agosto e setembro. A probabilidade de alívio no próximo encontro, em 20 e 21 de junho, segue como remota.
A maioria das apostas em opções negociadas na B3 até 2 de junho era de manutenção da Selic em 13,75% na reunião de junho do Copom, enquanto a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual era baixa.