Itaú corta estimativa do PIB de 2023 para 1,1% por causa do crédito

Desemprego ficará em 9,1%, diz Itaú

Pixabay
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Por Patricia Lara

O Itaú revisou em baixa a projeção para o Produto Interno Bruto do Brasil de 1,3% para 1,1% neste ano, diante dos desenvolvimentos no mercado de crédito, enquanto manteve a expectativa de expansão de 1,0% em 2024.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira e assinado pelo economista-chefe Mário Mesquita, o Itaú piorou as projeções para o mercado de trabalho, projetando que a taxa de desemprego ficará em 9% neste ano e 9,1% em 2024, ante projeções anteriores de 8,6% e 8,7%, respectivamente.

O Itaú revisou a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, para o próximo ano do para de 4,2% para 4,5%, citando a desancoragem das expectativas de inflação. “Não incorporamos eventual revisão da meta, que poderia levar a projeção de 2024 para acima de 5%”, diz o banco.

Para 2023, foi mantida a projeção de 6,1% para o IPCA, diante do aumento da alíquota do Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Prestação de Serviços sobre a gasolina sendo compensado por uma inflação menor de alimentos.

Em relação ao déficit primário, Mesquita manteve a projeção para 2023 em 1,2% do Produto Interno Bruto e 0,7% para 2024. As projeções apontam incompatibilidade com as metas do governo no novo arcabouço fiscal, de -0,5% e 0,0% para 2023 e 2024, com 0,25% de margem de erro.

Mesquita diz que o novo arcabouço fiscal traz pontos positivos, como o caráter geral e exceções bem delimitadas ao limite de gastos, o uso de variáveis realizadas e não projetadas como parametrização e a trajetória desafiadora, mas positiva, de convergência de resultado primário.

“Os principais desafios à frente estão relacionados à implementação dessa trajetória almejada e consequentes ganhos de credibilidade e consolidação da regra, que dependerão de partida do sucesso na recomposição do nível de receitas”.

A equipe de Mesquita ainda reiterou suas projeções para o Dólar-Real em R$5,30 em 2023 e R$5,40 em 2024, citando o cenário externo mais volátil, após os episódios recentes em bancos e a reprecificação da taxa terminal de juros nos EUA para um nível mais baixo. No contexto doméstico, houve alguma redução dos ruídos sobre política econômica e dos riscos. A projeção para a Selic foi mantida em 12,50% para 2023 e 10,00% para 2024.