Itaú BBA eleva MRV para "compra", de olho em margens

No balanço do quarto trimestre, a maior construtora residencial da América Latina reportou margem bruta de novas vendas de 29%, alta de 10,3 pontos percentuais na base anual

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Por Gustavo Boldrini

O Itaú BBA elevou a recomendação para as ações ordinárias da MRV para “outperform”, o equivalente a compra, justificando que “o pior para a companhia ficou para trás” e que o papel possui uma assimetria favorável daqui para a frente, em meio a expectativas de recuperação de margens da construtora.

“Os resultados reportados do quarto trimestre da MRV aliviaram duas de nossas principais preocupações: possível baixas contábeis refletindo excesso de custos e possibilidade de necessidade de injeção de capital, dada a proximidade do limite estabelecido para o endividamento”, disse o time de analistas liderado por Daniel Gasparete em relatório divulgado nesta segunda-feira.

No balanço do quarto trimestre, a maior construtora residencial da América Latina reportou margem bruta de novas vendas de 29%, alta de 10,3 pontos percentuais na base anual. A companhia disse que, para 2023, prevê o indicador atingindo 33%, com recuperação gradual ao longo do ano.

Diante da expectativa de aceleração operacional e aumento de margens, o Itaú BBA disse ver uma “assimetria favorável” para o papel da MRV. Os analistas também destacaram que a ação tem sido negociada a um múltiplo de preço sobre valor contábil de 0,6 vez, contra 0,9 vez para Tenda e 1,8 vez para Direcional, e possui ainda um alto nível de posições vendidas a descoberto, o que pode facilitar um processo de recuperação de níveis de preço.

A casa de análise definiu preço-alvo de R$10,00 para a ação ordinária da MRV (MRVE3), num potencial implícito de alta de 40% em relação aos níveis atuais.

SETOR EM ALTA

A visão setorial também é um fator que tende a ser positivo para a MRV, segundo os analistas do Itaú BBA, que citam uma dinâmica mais favorável de oferta e demanda, custos controlados, novas regras do Minha Casa, Minha Vida e o lançamento do programa habitacional Pode Entrar pela Prefeitura de São Paulo como fatores positivos para incorporadoras populares.

A casa de análise reiterou Cury e Direcional como as preferidas do segmento, seguidas por Plano&Plano e MRV – todas as quatro possuem recomendação de compra. Para a Tenda, o Itaú BBA manteve recomendação neutra.