Por Patrícia Vilas Boas
Os investidores brasileiros estão mais incertos em relação ao mercado financeiro no país, mostrou um indicador elaborado pela TC/Economatica, que se utiliza de dezenas de variáveis macro e microeconômicas para apontar o grau de previsibilidade dos ativos no mercado local.
O Indicador de Incerteza do TC subiu 19,80 pontos em janeiro de 2023, para 125,58, uma alta de 18,72%. Em dezembro do ano passado, o índice havia recuado 7,97 pontos, para 105,78.
Entre os fatores de incerteza está a Proposta de Emenda à Constituição da Transição que, segundo relatório da Economatica, “abriu margem para desconfianças quanto ao compromisso da nova administração com a estabilidade fiscal”. O documento também ressalta o desalinhamento entre ministérios do novo governo durante os pronunciamentos de ministros.
“A concentração das medidas na busca por receitas não foi bem recebida, o resultado do pacote pode ser frustrado por diversos fatores, entre eles o desempenho da atividade econômica”, disse o relatório, se referindo às medidas fiscais anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para conter o déficit primário esperado para o ano.
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Os analistas do TC/Economatica também ressaltaram o escândalo contábil da Lojas Americanas e as propostas de revogação de reformas estabelecidas pela administração nacional, o que chamaram de “agenda de retrocessos”.
O recorde para os últimos 12 meses continua sendo o mês de junho, quando o indicador de incerteza chegou a 151,85 pontos, com uma variação expressiva de 42,54% ante o mês anterior.
O primeiro índice deste ano, que cobre o mês de janeiro, alcançou um patamar acima da média móvel de 50 dias, de 118,09 pontos, indicando nível de incerteza elevado no período recente.
Em tese, quando os indicadores de incerteza estão elevados, os ativos locais como bolsa e moeda tendem a performar pior, e os investidores demandam mais juros para investir na renda fixa brasileira.
