Ibovespa sobe pela 5º sessão seguida e vai ao maior nível em mais de 6 meses após IPCA

Bolsa brasileira reagiu positivamente aos dados da inflação

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Por Luca Boni

O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira (7) em alta pelo quinto pregão consecutivo e de volta ao patamar dos 115 mil pontos. A desaceleração acima do esperado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio animou os investidores, mas dados fracos na China adicionaram cautela e pressionaram os papéis de siderúrgicas e mineradoras.

O Ibovespa avançou 0,77%, aos 115.488 pontos, atingindo o maior nível desde novembro de 2022. A sessão teve volume de R$22,1 bilhões, acima da média de 50 pregões.

Pela manhã, o IPCA de maio registrou inflação de 0,23%, abaixo dos 0,36% esperados pelo mercado, segundo pesquisa TC Consenso. Para o head de renda variável da A7 Capital, André Fernandes, o dado reforça que o Banco Central deve começar a ter cada vez mais espaço para iniciar o corte da Selic.

“Acredito que o corte de juros por parte do BC se dará entre agosto e setembro, desde que o banco central americano pare de subir os juros nessa reunião de junho”, afirmou.

Nos destaques do dia, a ON e a PN da Petrobras subiram 3,11% (PETR3) e 2,92% (PETR4), respectivamente, atingindo o maior nível desde outubro de 2022. Além de acompanhar o bom humor do mercado, os papéis foram amparados pelo contrato futuro do petróleo Brent. A commodity avançou mais de 1,5% na sessão, devido ao aumento das importações da China e à atividade de refino nos EUA.

As ON da Eneva (ENEV3), do Carrefour (CRFB3) e da YDUQS (YDUQ3) avançaram 4,57%, 3,91% e 3,46%, na sequência, figurando entre as maiores altas percentuais do índice.

Na outra ponta, ações de empresas ligadas ao minério de ferro fecharam em queda. Investidores mantiveram posição cautelosa nos papéis após a divulgação de dados abaixo do esperado da balança comercial da China. A commodity metálica fechou perto da estabilidade na bolsa chinesa de Dalian.

As ON da CSN Mineração (CMIN3), CSN (CSNA3) e as PNA da Usiminas (USIM5) caíram 3,35%, 2,27% e 0,68%, respectivamente. Na contramão, as ON da Vale (VALE3) subiram 1,58%.

As ON da IRB Brasil (IRBR3) e as PN da Azul (AZUL4) perderam 6,24% e 3,51%, na mesma ordem, figurando entre as maiores quedas percentuais do Ibovespa.

De acordo com Fernandes, o IRB e outras seguradoras tendem a sofrer com um cenário de juros mais baixos. Isso porque os recursos que ficam no float, isto é, o montante recebido pelos prêmios pagos pelos segurados, rendem menos, já que esse dinheiro geralmente é aplicado em ativos livre de risco, indexados à taxa de juros. Além disso, a empresa pretende fazer uma nova oferta de ações para captar recursos no mercado, mas o montante não deve ser destinado a novos investimentos, e sim para reforço de caixa – uma notícia vista como negativa pelo mercado.