Por Luca Boni
O Ibovespa fechou a sessão desta quarta-feira (26) em alta, após operar sem direção definida ao longo do dia, seguindo as reações de mercados no exterior à decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de elevar os juros nos Estados Unidos. Investidores também digerem a elevação do rating do Brasil pela Fitch. O Ibovespa fechou em alta de 0,45%, aos 122.560 pontos. A sessão teve volume de R$17 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.
Há pouco, o FOMC elevou a taxa de juros dos EUA em 25 pontos-base, para o intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano – em linha com o consenso. O FOMC colocou a taxa no maior nível em 22 anos.
Segundo o co-fundador da Quantzed, Marcelo Oliveira, o Federal Reserve “não deu nenhuma mensagem muito positiva para esse movimento do mercado”. Em coletiva, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, não deu pistas sobre as próximas decisões do FOMC, indicando que acompanhará os próximos dados de inflação e atividade econômica de perto. “Foi uma decisão acertada de acordo com o que se esperava”.
Pela manhã, a agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou a nota do Brasil de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável, refletindo o bom desempenho macroeconômico e fiscal do país. A notícia é positiva para ativos de risco brasileiros em geral.
Para o economista-chefe do Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, o Ibovespa foi impactado – positivamente – pela melhor nota da Fitch para o Brasil. “O sinal, que ajudou a reduzir o CDS para menos de 170 pontos, ficou como o destaque do dia”.
No âmbito corporativo, as ON da Eletrobras, da Suzano e da Telefônica avançaram 2,06%, 2,74% a 5,12%, na sequência sendo as maiores contribuidoras do Ibovespa. Já as ON da Méliuz e do Carrefour ganharam 8,91% e 8,09%, na mesma ordem figurando entre as maiores quedas percentuais.
As ações do Carrefour saltaram na sessão de hoje após a companhia ter divulgado ontem o balanço do segundo trimestre acima das expectativas do mercado.
Na ponta oposta, as ON da Vale passaram por um ajuste e recuaram 0,35%. Investidores aguardam a divulgação, amanhã, do resultado referente ao segundo trimestre da mineradora, com expectativa de crescimento do lucro, segundo o TC Consenso.
A ON da Petrobras cedeu 0,43%, em linha com a desvalorização do petróleo Brent, que recua em movimento de ajuste, após quatro altas consecutivas. Investidores também aguardam a divulgação do relatório de produção da estatal hoje, após o fechamento do pregão.