Ibovespa recua pressionado pelo tombo do petróleo nos mercados internacionais

Ibovespa recuou 1,01%, aos 125.622 pontos

UnSplash
UnSplash

Por: Luca Boni e Gabriel Ponte

O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira em queda, pressionado pelas ações de petroleiras, que foram impactadas pelo tombo dos preços do petróleo Brent nos mercados internacionais. As preferenciais da Petrobras (PETR4) foram as principais detratoras do índice. Investidores ainda reagiram aos dados mais fracos de emprego nos Estados Unidos.

O Ibovespa recuou 1,01%, aos 125.622 pontos. A sessão teve volume de R$17,93 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.

O principal índice de ações brasileiro foi pressionado pelo desempenho negativo das petroleiras. As ações ON e PN da Petrobras (PETR3), as ON da PRIO (PRIO3) e as da Petrorecôncavo (RECV3) cederam 2,38%, 3,60%, 3,99% e 4,33%, respectivamente.  

Por volta das 18h00, os contratos futuros do petróleo Brent para entrega em fevereiro recuavam 3,75%, a US$74,31, no menor nível desde junho deste ano. Os estoques de gasolina avançaram acima do esperado na semana encerrada em 1° de dezembro, a 5,42 milhões de barris, ante consenso de 1,76 milhões. O dado alimentou o temor, entre operadores, sobre a demanda pela commodity. 

Temores envolvendo a atividade econômica da China também pressionaram o petróleo. Na véspera, a agência de classificação de riscos Moody’s alterou a perspectiva para o rating do país asiático de “estável” para “negativa”, citando o potencial apoio que o governo asiático precisará fornecer a governos locais e companhias estatais, constituindo risco ao lado fiscal do país. 

Também na sessão, os papéis ON da São Martinho (SMTO3), da BRF (BRFS3) e do Assaí (ASAI3) ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa, recuando 4,44%, 4,34% e 3,54%, respectivamente. Mais cedo, o JP Morgan reduziu a recomendação para os papéis da BRF de “compra” para “neutra”, citando aos investidores que aguardam um melhor ponto de entrada, além de uma maior visibilidade nas margens internacionais do negócio de frango. 

Na ponta oposta, as ON da Hypera (HYPE3), do Pão de Açúcar (PCAR3) e as PN da Raízen (RAIZ4) avançaram 6,03%, 3,92% e 2,89%, na ordem.

BOLSA EUA

Os principais índices acionários de Wall Street reverteram alta inicial, para fechar em queda, também pressionados pelas ações do setor de energia e de tecnologia. Os investidores também acompanharam a divulgação de dados do mercado de trabalho, que vieram abaixo do consenso. 

Os índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 recuaram 0,19%, 0,39% e 0,56%, respectivamente. Por volta das 18h00, os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos avançavam 2,2 pontos-base, a 4,601%, e os de dez anos, 5,0 pbs, a 4,117%. 

De acordo com o Relatório de emprego privado da ADP, os EUA criaram 103 mil postos de trabalho em novembro, abaixo do consenso dos investidores, de 130 mil. O indicador reforçou a desaceleração da atividade econômica americana, após o Federal Reserve lançar mão de um ciclo de aperto monetário desde março de 2022. 

Os ganhos iniciais, no entanto, foram revertidos diante de pressão baixista ocasionada pelo setor de energia, na esteira da queda dos futuros do Brent. Ao fim da sessão, o Índice de Energia (XLE) recuou 1,49%, na maior queda diária entre os índices setoriais do S&P. Os papéis da Occidental Petroleum Corporation, cotados na NYSE, perderam 1,40%, a US$56,48. 

(LB + GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)