Por: Luca Boni
O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira em queda, pressionado pelos papéis da Vale e do setor Financeiro, assim como as ações de frigoríficos, que deram sequência às últimas quedas. O movimento seguiu o das bolsas no exterior, onde ainda pesam os poucos indícios de progresso nas negociações sobre o teto da dívida dos Estados Unidos.
O Ibovespa recuou 1,03%, aos 108.799 pontos, registrando a terceira queda consecutiva. O volume foi de R$18,4 bilhões, considerado mediano.
As ON da Vale recuaram 2,27%, sendo as principais detratoras do índice, também acompanhando o tombo de 4,61% do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian na madrugada. Os contratos futuros de vergalhão de aço tocaram o menor nível em seis meses em Xangai. Na B3, o Índice de Materiais Básicos caiu 2,29%.
As ações do setor Financeiro, grupo de peso no índice e muito negociado por grandes investidores, também registraram queda, com as PN do Itaú e do Bradesco e as ON da B3 perdendo 0,56%, 3,05% e 2,65%, respectivamente. O Índice Financeiro da B3 recuou 1,13%.
As ON da CVC, da BRF e da JBS perderam 7,57%, 5,55% e 4,89%, na mesma ordem, figurando entre as maiores quedas percentuais do Ibovespa.
Segundo o economista e analista Fabio Louzada, os frigoríficos caem ainda repercutindo a declaração de estado de emergência zoossanitária por 180 dias por conta do vírus da influenza aviária H5N1 e casos confirmados de gripe aviária no Espírito Santo.
Entre as altas, as ON e PN da Petrobras avançavam 1,09% e 1,52%, em linha com a valorização dos contratos futuros do petróleo Brent, que chegaram a subir mais de 2%. Ontem alguns comentários feitos pelo ministro de energia da Arábia Saudita pesaram no mercado devido a um receio de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) possa reduzir ainda mais a produção na próxima reunião de junho.
As ON da Petz, da Méliuz e da BB Seguridade subiram 2,74%, 2,38% e 1,95%, respectivamente, figurando entre as maiores altas percentuais do índice.
Investidores digeriram hoje a aprovação do novo arcabouço fiscal na noite de ontem, na Câmara dos Deputados. De acordo com Louzada, embora positiva, a aprovação não foi suficiente para impulsionar o Ibovespa por conta do debate da dívida americana.
Para Louzada, os EUA continuam trazendo preocupações nessa frente porque nada foi definido em relação ao aumento do teto da dívida. O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, disse que democratas e republicanos não estão “nem perto de um acordo”, o que trouxe um clima de imprevisibilidade ainda maior.