Ibovespa recua com Bradesco, cautela externa e rumores sobre meta de inflação

Perto das 10h50, o índice de referência da B3 avançava 0,48%, aos 108.530 pontos.

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Por: Gabriel Brondi

O Ibovespa recua na manhã desta sexta-feira, em linha com os futuros acionários americanos, e em meio à piora de sentimento de risco no Brasil, após rumores sobre mudança na meta de inflação. Também pressiona o índice o resultado do Bradesco no quarto trimestre de 2022, que frustrou as projeções do mercado nas principais linhas do balanço devido ao provisionamento para cobrir a exposição do banco à Americanas.

Perto das 10h50, o índice de referência da B3 avançava 0,48%, aos 108.530 pontos. Com a alta acima de 1% nos futuros do petróleo Brent, os papéis ordinários e preferenciais da Petrobras hidratavam o índice em mais 200 pontos. Já os ordinários e preferenciais do Bradesco tiravam mais de 350 pontos do Ibovespa, em recuos de 5,92% e 6,59%, respectivamente.

Ontem, o segundo maior banco privado do Brasil informou que entre outubro e dezembro registrou lucro líquido recorrente de R$1,60 bilhão, muito abaixo do consenso Mover, de R$4,35 bilhões, e o menor Retorno sobre Patrimônio da série histórica, iniciada em 1987, de 3,9%. O resultado foi pressionado pelo provisionamento de R$4,85 bilhões para cobrir 100% da exposição à varejista Americanas. No pré-mercado de Nova York, os recibos de ações do Bradesco cediam 9,06%, ainda que o horário seja de baixa liquidez.

Por aqui, o mercado também reage à discussão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as metas de inflação. Ontem, agências de notícias divulgaram que a equipe econômica já tinha a sinalização positiva do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para um ajuste de 3,25% para 3,5% nas metas dos próximos anos, no momento em que a tensão entre Lula e a autarquia ganhou força. Ainda segundo agências, o governo discute a antecipação da revisão das metas, que só ocorreria em junho.

Hoje, Lula está em Washington, nos Estados Unidos, para uma série de compromissos, como o encontro com o presidente Joe Biden. Ao longo da sessão, as atenções também estarão em pronunciamentos de dirigentes do Federal Reserve, do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra.

Entre os destaques percentuais do índice, perto das 10h50 a maior alta era das ordinárias da Tim, que avançavam 4,42%, seguidas pelas units da Energisa e da CPFL, com ganhos respectivos de 4,33% e 3,66%. As maiores quedas eram das preferenciais da Alpargatas, que recuavam 11,92%.