Ibovespa opera volátil com pressão da Vale (VALE3)

Mercado segue atento ao debate entre Campos Neto e Haddad

B3/Reprodução
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Por: Luca Boni

O Ibovespa (IBOV) iniciou a sessão desta quinta-feira sem direção definida, ainda sob pressão das ações da Vale. Investidores estão atentos ao debate sobre juros no Senado entre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), nesta manhã. O mercado também repercute dados econômicos locais divulgados mais cedo.

Por volta das 10h20, o Ibovespa recuava 0,33%, a 101.975 pontos. O volume de negócios projetado para a sessão é de R$14,4 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.

As ON da Vale recuavam 1,10% na B3. Ontem, a mineradora divulgou resultados trimestrais que frustraram as expectativas de analistas, após uma forte pressão de custos e vendas menores ofuscarem o impacto da alta dos preços do minério de ferro na comparação com o quarto trimestre de 2022.

Hoje, a Vale divulgou ao mercado que acertou a venda da sua participação na MRN, maior produtora e exportadora de bauxita do Brasil. O plano possibilitou a eliminação de despesas anuais de até US$2 bilhões.

As ON da Petz e do Grupo Soma caíam 5,82% e 3,62%, respectivamente, figurando entre as maiores quedas do Ibovespa. O índice de Consumo da B3 recuava 0,62%.

Na ponta oposta, as ON da Locaweb subiam 2,54% e lideravam as altas percentuais do Ibovespa, seguidas pelas ON da MRV, que avançavam 2,15%.

O mercado acompanha o debate sobre juros, inflação e crescimento econômico que acontece desde as 10h00 no Senado, protagonizado por Haddad, Tebet e Campos Neto.

Mais cedo, a a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou a queda de 0,95% do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) em abril, após o indicador ter avançado 0,05% em março. O recuo foi mais intenso do que a queda de 0,74% esperada pelo consenso, segundo dados compilados pela Reuters.

A atividade de Serviços avançou 1,1% em fevereiro na comparação mensal, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), acima das expectativas, que esperavam alta de 0,5%. O dado sinaliza que o volume de serviços no Brasil mostrou força em fevereiro, corroborando com a preocupação sobre a resiliência da inflação do setor, um vetor visto por economistas como empecilho para o BC iniciar o corte na taxa básica de juros brasileiro.