Ibovespa (IBOV) recua por ceticismo em relação ao arcabouço fiscal

Temores com a inflação voltaram ao radar do investidor por causa do petróleo

Pixabay
Pixabay

Por Luca Boni

O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira em queda, com investidores ainda céticos sobre o novo arcabouço fiscal. As ações dos setores de Bancos e Varejo foram os destaques negativos do dia. Temores com a inflação voltaram ao radar do investidor, após o anúncio de corte da produção de petróleo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que impulsionou as ações da Petrobras na bolsa.

O índice Bovespa encerrou em queda de 0,37%, a 101.506 pontos, tendo perdido o patamar dos 101 mil pontos na mínima do dia, por volta das 11h30.

As incertezas sobre o novo arcabouço fiscal e de onde virão as receitas para tornar o projeto crível pressionaram o mercado acionário brasileiro, dando continuidade à trajetória de perdas registradas na sexta-feira.

As ações PN do Itaú e do Bradesco e as ON do Banco do Brasil recuaram 2,81%, 2,51% e 1,18%, respectivamente. O índice que reúne ativos do setor Financeiro caiu 1,31%.

Já as ON de Lojas Renner e Grupo Soma tiveram as maiores quedas em termos percentuais, com recuos de 7,00% e 5,80%, respectivamente. O setor de Consumo caiu 2,23%. Segundo o head da mesa de renda variável da AVG Capital, Apolo Duarte, o mercado está passando por uma onda de liquidação das empresas do setor de Varejo, principalmente por medo da liquidez. Segundo Duarte, as principais quedas são de empresas mais fragilizadas com o cenário de juros altos no Brasil.

As ON da Hapvida recuaram 6,49%, após o anúncio de oferta primária de quase 330 milhões de ações, uma semana depois que a empresa divulgou a venda de dez hospitais e um possível aumento de capital via follow-on.

As ações PN e ON da Petrobras avançaram 4,43% e 4,76%, na mesma ordem e hidrataram o índice em mais de 530 pontos. As “junior oils” também corroboraram entre as maiores altas percentuais do Ibovespa, com as ON da PRIO em alta de 3,88% e as da 3R Petroleum, de 1,56%.

Os contratos futuros do petróleo Brent disparam 6,37%, a US$84,98 o barril. A redução da oferta de petróleo a partir do mês que vem, anunciada ontem pela Opep+, elevou as preocupações globais com a inflação, o que pode pesar a favor da continuidade da postura firme do Banco Central na condução da política monetária brasileira.