Ibovespa fecha em queda pressionado por Vale (VALE3) e arcabouço

Vale caí forte com expectativa de resultado menor

B3/Reprodução
B3/Reprodução

Por Luca Boni

O Ibovespa (IBOV) encerrou a sessão desta segunda-feira em queda, pressionado pelo recuo das ações de mineradoras e siderúrgicas. Petrobras contribuiu para amenizar as perdas do índice, enquanto ações de empresas sucroalcooleiras figuraram entre as maiores altas. Investidores acompanham com cautela a tramitação do arcabouço no Congresso.

O Ibovespa encerrou em queda de 0,40% a 103.946 pontos. A sessão registrou um fraco volume de negociação de R$16,1 bilhões, abaixo da média móvel de 50 pregões.

Segundo o chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, Idean Alves, o volume mais baixo e a falta de apetite por risco trouxeram um dia sem muitas emoções na parte de renda variável, o que também pode indicar cautela por parte dos investidores.

Vale ON caiu 3,62%. O minério de ferro encerrou a sessão em queda de 3,09% na bolsa chinesa de Dalian na última madrugada, diante do ceticismo sobre a recuperação da demanda do gigante asiático.

Ações de empresas ligadas à commodity também foram penalizadas. As ON da CSN Mineração e as PN da Gerdau recuaram 5,36% e 2,90%, respectivamente, e estavam entre as principais quedas percentuais do Ibovespa. O índice de materiais básicos da B3 caiu 2,60%.

Na ponta oposta, as ON e PN da Petrobras subiram 1,54% e 1,91%, respectivamente. Os contratos futuros do petróleo Brent reverteram as perdas registradas pela manhã e subiam 1,20% a US$82,64 por barril no final da tarde.

Raízen PN e São Martinho ON ganharam 3,86% e 3,14%, na mesma ordem, entre as maiores do Ibovespa. O preço dos contratos futuros de açúcar bruto saltaram para 25 centavos de dólar por libra peso, atingindo o maior nível em 11 anos. As cotações acumulam uma alta no ano de cerca de 30%.

Na seara política, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou hoje a jornalistas que espera manter a agenda do governo no Congresso, apesar da iminente instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos de 8 de janeiro.

De acordo com o ministro, no próximo dia 10 de maio, o relatório do arcabouço fiscal (PLP 93/2023) deverá ser apresentado pelo deputado Cláudio Cajado (PP), na Câmara dos Deputados. Em paralelo ao andamento dos grupos de trabalho, o governo deverá trabalhar ainda, segundo Padilha, na articulação de um novo nome para a relatoria do arcabouço fiscal no Senado Federal.