Ibovespa fecha em queda, pressionado por Vale e cautela externa

Os papéis ordinários da Vale e da Eletrobras recuaram 0,36% e 1,45%, respectivamente, desidratando o índice em quase 130 pontos

UnSplash
UnSplash

Por: Gabriel Ponte e Luca Boni

O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira em ligeira queda, no terceiro recuo consecutivo, pressionado pelos papéis ordinários da Vale e da Eletrobras. As perdas, no entanto, foram mais contidas que as registradas em Wall Street, às vésperas do início da reunião de política monetária do Federal Reserve.

O índice Bovespa fechou em queda de 0,04%, aos 112.273 pontos. Os papéis ordinários da Vale e da Eletrobras recuaram 0,36% e 1,45%, respectivamente, desidratando o índice em quase 130 pontos. As ações da mineradora destoaram do desempenho positivo dos futuros do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian, onde encerraram a sessão em alta de 2%, a US$129,40 por tonelada, na retomada dos negócios após o feriado prolongado do Ano Novo Lunar no país asiático.

Amanhã, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) dará início à reunião de política monetária, devendo elevar os juros dos Estados Unidos em 25 pontos-base na quarta-feira. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá manter a taxa Selic inalterada na quarta-feira, confirmando a expectativa do mercado, que buscará sinais no comunicado sobre a elevação das expectativas de inflação após declarações polêmicas do governo em relação à condução da política monetária.

Investidores também reagiram hoje à declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de que a escolha de diretores do BC é prerrogativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou, entretanto, que os nomes cotados para o BC serão definidos com o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

No mercado de câmbio, os contratos de dólar futuro encerraram em alta no Brasil, revertendo o movimento de queda observado no início da sessão. O dólar futuro avançou 0,23% na B3, a R$5,123. Na máxima intradiária, às 14h59, os contratos tocaram R$5,136, e na mínima, às 11h35, foram a R$5,085. Por volta das 18h00, em uma cesta de 22 divisas observada pela Mover, apenas três avançavam ante o dólar americano. No mesmo horário, o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas pares, avançava 0,33%, aos 102,25 pontos.

No Brasil, o BC ofertará amanhã, entre 11h30 e 11h40, até 16 mil contratos de swap para rolagem de vencimentos em março, totalizando US$800 milhões.