Ibovespa engata quarta queda consecutiva, pressionado por Petrobras e Bradesco

Confira o fechamento do mercado nesta sexta (4)

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Por Luca Boni

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (4) em queda, pressionado pelos resultados de Bradesco (BBDC4) e Petrobras (PETR4) que decepcionaram o mercado e puxaram o índice para baixo. Os dados mistos do Payroll nos Estados alimentaram as expectativas dos investidores em uma pausa no aperto monetário nos Estados Unidos, mas não foram o suficiente para sustentar o viés positivo no mercado brasileiro.   

O Ibovespa fechou em queda de 0,89%, aos 119.507 pontos, pelo quarto dia consecutivo. Em termos semanais o índice acumulou uma queda de 0,57%.  A sessão teve volume de R$24,9 bilhões, acima da média de 50 pregões.

As PN do Bradesco despencaram 6,65%, com um forte volume de negócios, registrando a maior queda desde fevereiro deste ano. Ontem, o segundo maior banco privado do Brasil registrou lucro recorrente de R$4,82 bilhões no segundo trimestre, queda de 35,8% na base anual, e revisou boa parte de seu guidance para baixo.

Para o especialista em mercado de capitais da Matriz Capital, Elcio Cardozo, um ponto negativo no balanço do banco foi o aumento da Provisão para Devedores Duvidosos (PDD). Enquanto outras instituições financeiras vêm reportando uma redução da PDD, o Bradesco seguiu no caminho contrário. Além disso, a inadimplência de 90 dias se mantém a maior entre os grandes bancos.

As ON e PN da Petrobras caíram 4,20% e 2,98%, respectivamente, também com um forte volume de negócios. A estatal registrou lucro líquido de R$28,7 bilhões no segundo trimestre, queda de 47% na base anual e abaixo dos R$29,24 bilhões do TC Consenso, impactada pelo recuo nos preços do petróleo, valorização do real e menores margens de refino.

“O mercado vem penalizando os papéis da estatal por conta dos atuais níveis de defasagem da gasolina e do diesel. No segundo trimestre, período reportado ontem, a defasagem era de cerca de 8% e mesmo assim o balanço decepcionou o mercado. No presente momento, essa defasagem está superior a 20% e, com isso, o mercado já projeta um terceiro trimestre ainda pior”, afirmou Cardozo.

Na ponta oposta, as ON da Dexco, da BRF e da Lojas Renner subiram 6,37%, 6,10% e 5,77%, respectivamente, figurando entre as maiores altas percentuais do Ibovespa.

Divulgado mais cedo, o Payroll apontou a criação menor de vagas em julho ante junho, ainda que a inflação de salários continue acima das expectativas. Apesar da desaceleração, o mercado de trabalho americano se mostrou resiliente, com a taxa de desemprego atingindo 3,50%.

Os números, combinados à desinflação observada nos EUA, reforçam o otimismo de que o país possa evitar uma recessão econômica e alimentam expectativas em relação a um fim do ciclo contracionista da política monetária por parte do Federal Reserve.