Ibovespa e dólar oscilam e bolsas em NY sobem após dados nos EUA; DIs recuam com Treasuries

Dados do PIB e de inflação nos EUA afetam negociações

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Por: Luca Boni e Fabricio Julião

Em Nova York, os principais índices acionários operavam em alta, com investidores repercutindo dados econômicos divulgados mais cedo que alimentaram as expectativas de que o fim do aperto monetário nos Estados Unidos se aproxima. Investidores aguardam ainda hoje a divulgação do Livro Bege e declarações de membros do Federal Reserve.

Perto das 12h10, o Dow Jones, o S&P500 e o Nasdaq 100 avançavam 0,25%, 0,52% e 0,90%, respectivamente. No mesmo horário, os títulos do Tesouro americano de dez e de dois anos operavam em quedas de 7,7 pontos-base e 11,3 pbs, aos 4,259% e 4,627%, respectivamente.

Os índices Imobiliário (XLRE) e o Financeiro (XLF) subiam 1,15% e 0,85%, respectivamente, e eram os destaques positivos entre os setoriais do S&P.

Divulgada mais cedo, a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) americano do terceiro trimestre registrou alta anualizada de 5,2% na base sequencial, superando o consenso do mercado, de avanço de 5%. Já o Índice de Gastos de Consumo Pessoal (PCE) e núcleo deste indicador subiram 2,8% e 2,3% no terceiro trimestre, levemente abaixo do esperado por analistas.

Segundo o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Netto, após a divulgação dos indicadores,os Treasury yields aceleraram a queda e reforçaram a tese de que o ciclo de aperto monetário já terminou. Segundo Netto, investidores agora tentam antecipar o início do ciclo de cortes de juros. “Nossas projeções para isso variam entre maio e junho do ano que vem”.

Às 15h45, está previsto o discurso da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester. Já o Livro Bege, documento que retrata a situação econômica dos 12 distritos do Fed, será divulgado às 16h, e deve apontar a desaceleração de preços e um mercado de trabalho um pouco menos apertado.

IBOVESPA

O Ibovespa apagou os ganhos e operava sem direção definida, com investidores calibrando as apostas sobre a condução da política monetária nos EUA, após a divulgação de dados econômicos por lá. No Brasil, agentes aguardam a votação do projeto de lei da taxação de fundos exclusivos e offshores e a publicação do relatório da dívida pública.

Perto das 12h10, o Ibovespa caía 0,11%, aos 126.400 pontos. Caso esse ritmo seja mantido, o volume deve chegar a R$15,4 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.

No Brasil, o Tesouro Nacional publicará o relatório mensal da dívida às 14h30. Na cena política, há expectativa pela votação do projeto de lei da taxação de fundos exclusivos e offshores pelo Senado, medida considerada importante pelo governo para aumentar receitas, na tentativa de zerar o déficit primário no ano que vem. Como muitos parlamentares estão acompanhando a comitiva brasileira na Conferência de Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (COP28), porém, não há certeza de que a votação acontecerá ainda hoje.

Entre as ações, as maiores contribuidoras por pontos do Ibovespa eram as PN do Itaú (ITUB4), as ON da B3 (B3SA3) e da Vibra Energia (VBBR3), que avançavam 0,87%, 1,13% e 2,84%, respectivamente.

Os destaques percentuais eram das ON da Magazine Luiza (MGLU3), da Lojas Renner (LREN3) e das PNA da Braskem (BRKM5), que ganhavam 5,76%, 4,08%, e 4,70%, nesta ordem.

Na ponta oposta, os destaques negativos eram das ON da Vale (VALE3), e das ON e PN da Petrobras (PETR3, PETR4), que recuavam 0,75%, 1,64% e 1,38% na sequência, em linha com a desvalorização do petróleo Brent e do minério de ferro nos mercados globais.

JUROS

As taxas dos contratos de juros futuros operam em queda nesta quarta-feira, em linha com o movimento de baixa das Treasuries americanas. O movimento ocorre em meio à expectativa de que o Congresso Nacional avance com a agenda econômica, a menos de um mês do recesso parlamentar. 

Por volta das 12h10, os DIs com vencimentos em jan/25 recuavam 3,5 pontos-base, a 10,41%, enquanto os para jan/27 e jan/31 tinham quedas de 14,5 pbs e 13,0 pbs, respectivamente, a 10,09% e 10,70%, na mesma ordem. 

Mais cedo, investidores observaram os dados do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que registrou alta de 0,59% em novembro – uma aceleração em relação ao avanço de 0,50% no mês anterior. O dado veio praticamente em linha com a expectativa do mercado, que era de alta de 0,60%. 

O mercado espera que o Senado vote hoje a tributação de fundos exclusivos e offshores e o projeto que regulamenta apostas esportivas. Os dois projetos são requeridos pelo Ministério da Fazenda para auxiliar o aumento da arrecadação e, assim, contribuir para atingir o objetivo de déficit primário zero no próximo ano. 

CÂMBIO

O dólar à vista operava em alta ante o real, em sessão de volatilidade. A taxa de câmbio chegou a devolver a queda de 0,54% de ontem durante a sessão desta quarta-feira, devido à entrada de capital estrangeiro no Brasil, mas arrefeceu o movimento. 

Perto das 12h10, o dólar à vista subia 0,13%, a R$4,8756, e o dólar futuro avançava 0,05%, a R$4,875. 

A moeda americana voltava a ganhar terreno frente à maior parte dos pares acompanhados pela Mover, após sucessivas sessões de desvalorização. Em uma cesta de 23 divisas, o dólar se apreciava diante de 18. Já o Índice DXY avançava 0,01%, aos 102,76 pontos, com ajustes de posição dos investidores antes de dados de inflação do PCE mensal nos Estados Unidos. 

Agentes financeiros continuam monitorando as declarações de membros do Federal Reserve, que podem dar pistas sobre os rumos da política monetária do país. Amanhã, será divulgado o PCE de outubro nos Estados Unidos, que deve concentrar o foco dos investidores na busca de antecipação do ciclo de juros no país. 

(LB + FJ | Edição: Gabriela Guedes e Juliana Machado| Comentários: equipemover@tc.com.br)