Ibovespa despenca pressionado por Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)

O Ibovespa caía 2,04%, aos 104.002 pontos

Pixabay
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Por Fabricio Julião

O Ibovespa recuava mais de 2% no início da sessão desta quarta-feira, pressionado pelas ações de Vale e Petrobras – os mesmos papéis que seguraram o índice nos 106 mil pontos ontem. O sentimento de aversão a risco voltou a pulsar entre investidores com sinais de persistência da inflação na Europa e incertezas geradas pelo texto final do novo arcabouço fiscal brasileiro entregue ao Congresso pelo governo ontem.

O Ibovespa caía 2,04% às 10h50, aos 104.002 pontos. As ON da Vale e PN da Petrobras operavam no vermelho em 4,24% e 1,97%, respectivamente. A mineradora anunciou produção de 67,7 milhões de toneladas de minério de ferro no primeiro trimestre, alta de 5,8% frente ao mesmo período no ano passado, mas registrou queda de mais de 10% nas vendas entre janeiro e março. A queda do Ibovespa nesta manhã também atinge os setores de Bancos, Varejo, Energia Elétrica, Saúde e Aéreas.

O pessimismo instaurado no mercado brasileiro segue o mau humor do exterior. Nos Estados Unidos, o Dow Jones, o S&P500 e o Nasdaq 100 caíam 0,37%, 0,48% e 0,71%, respectivamente. O desempenho dos índices americanos reflete a apreensão com a divulgação do livro Bege pelo Federal Reserve nesta quarta, que pode elucidar a situação do crédito no país após a crise bancária que começou em março e deve ajudar a projetar os próximos passos da política monetária.

A aceleração de 10,1% da inflação no Reino Unido em março na comparação anual, acima do consenso de 9,8%, também alarmou os mercados nesta manhã. A Zona do Euro divulgou variação de 6,9% na inflação mesma base de comparação, em linha com o esperado pelo mercado. Com esse cenário, o Goldman Sachs elevou sua projeção para a taxa terminal de juros do Banco Central Europeu (BCE) de 3,50% para 3,75%.

No Brasil, investidores ainda digerem a entrega do novo arcabouço fiscal ontem, uma hora antes de fecharem os mercados. Ainda que a regra tenha sido finalizada para ser mais flexível com os gastos públicos, excluindo 13 itens dos parâmetros e permitindo a alteração nas metas primárias via Lei das Diretrizes Orçamentários, o mercado digeriu positivamente a entrega do novo marco fiscal nos minutos finais da sessão anterior.