Ibovespa cai pressionado por Vale e nova regra fiscal enquanto aéreas disparam

Ministério da Fazenda se apressa para apresentar nova regra fiscal antes da próxima reunião de juros do Banco Central

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Por Giovanni Porfírio

O Índice Bovespa opera em queda na manhã desta segunda-feira, pressionado pelos papéis da Vale e com o mercado repercutindo a notícia de que o Ministério da Fazenda se apressa para apresentar uma nova regra fiscal consistente antes da próxima reunião de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Em contrapartida, o setor aéreo avança.

Perto das 10h50, o Ibovespa caía 0,41%, a 103.507 pontos, enquanto o Índice DXY, cesta que mede o desempenho do dólar ante divisas pares, cedia 0,05%, a 104.477 pontos.

As ordinárias de Vale (VALE3) cediam 2,21%, a R$87,33, refletindo a informação de que a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, órgão de planejamento da China, se reuniu com especialistas que disseram que o recente aumento dos preços do minério de ferro foi impulsionado pela especulação. No mesmo horário, as ações ordinárias de CSN Mineração (CSNA3) caíam 0,80%, a R$4,95.

Já o setor aéreo avançava, com as ações ordinárias da Azul (AZUL4) disparando 16,71%, a R$8,44, após a companhia aérea anunciar acordos com arrendadores para prolongar mais de 90% do seu passivo da modalidade “leasing”. A operação visa fortalecer a geração de caixa e reduzir os receios do mercado em relação à solvência da Azul em meio ao cenário macroeconômico desafiador para as aéreas neste ano.

As ordinárias da Gol (GOLL4) também avançavam 13,45%, a R$5,83, após a companhia anunciar que a Abra Group – holding criada para controlar a Gol e a Avianca – fará um investimento de até S$1,4 bilhão na áerea brasileira.

Na pauta política, o Ministério da Fazenda tenta concluir a modelagem do novo arcabouço fiscal que substituirá o Teto de Gastos, em meio a notícias de que a pasta acelerou a formatação do documento para dar um sinal consistente para a próxima reunião de juros do Copom.

Na pesquisa Focus semanal divulgada pelo BC nesta manhã, economistas aumentaram ligeiramente a previsão de alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2026, de 3,75% para 3,77%, e mantiveram as projeções para os anos anteriores. Também projetaram pequena elevação para o Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, de 0,84% para 0,85%.