Por Luca Boni
O Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (1º) em queda, pressionado pelas ações de empresas ligadas a commodities, que caem nos mercados globais em meio aos dados fracos de atividade econômica na China e nos Estados Unidos. Investidores também mantêm certa cautela à espera da decisão de juros do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) que será divulgada amanhã. O Ibovespa fechou em queda de 0,57%, aos 121.248 pontos. A sessão teve volume de R$17,9 bilhões, considerado abaixo da média.
Foram divulgados mais cedo, nos EUA, os dados de julho do Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Industrial, que vieram abaixo de 50 e das expectativas do mercado, indicando que a economia americana segue em território de contração.
Na China, o dado industrial da Caixin de julho também ficou abaixo do consenso, colaborando para o pessimismo em relação à economia do gigante asiático e para a aversão ao risco global. Entre as companhias mais afetadas, destaque para as ON da Vale, que cederam 1,39%.
As ON e PN da Petrobras caíram 2,10% e 1,64%, respectivamente, à medida que os temores entre os investidores em relação à nova política de preços da estatal e o risco de ingerência aumentam. Hoje, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, foi convocado para uma reunião no Palácio do Planalto, onde, segundo a Guide, recebeu a instrução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para suspender os reajustes de combustíveis que seriam dados entre hoje e amanhã. Lula teria mandado segurar os preços “até onde der”.
As ON da Sabesp caíram 4,13%, sendo a maior queda percentual do Ibovespa. Segundo o economista e fundador da Eu me banco, Fabio Louzada, as ações da Sabesp caíram, após o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), ter anunciado que a companhia deve ser privatizada via follow-on, em que a participação do governo será diluída. “Sempre que há uma oferta pública, as ações chegam para venda em preço mais baixo”, afirmou.
Na ponta oposta, entre as maiores contribuidoras por pontos amenizando as perdas do índice figuraram as ON da Ambev, da Telefônica e as PN do Itaú, que avançavam 0,74%, 0,30% e 1,62%, respectivamente.
Hoje, os diretores do Banco Central deram início à primeira reunião que resultará na deliberação do novo patamar da taxa Selic, que será comunicado amanhã, após o fechamento do mercado.
Segundo o TC Consenso, a maior parte dos 22 casas consultadas pela Mover espera queda de 25 pbs da Selic amanhã, mas cerca de 25% delas acredita que o BC optará pela redução de 50 pbs – magnitude de corte que deve ser mantida em futuras reuniões do Copom, segundo os especialistas.