Por Luana Franzão
O Ibovespa encerrou em queda nesta quarta-feira (28) pelo terceiro pregão consecutivo, com realização de lucros e pressão das ações da Vale (VALE3) e de grandes bancos. Investidores repercutiram declarações de banqueiros centrais no último dia do Fórum do Banco Central Europeu, em Portugal. O Ibovespa recuou 0,72%, aos 116.681 pontos. O volume financeiro foi de R$17,32 bilhões, abaixo da média dos últimos 50 pregões.
A queda do índice pode ser associada à realização de lucros dos investidores, segundo a análise do head de renda variável e sócio da A7 Capital, André Fernandes.
“Na semana passada, o Ibovespa fechou a nona semana consecutiva de alta, portanto, os investidores estão aproveitando a falta de indicadores para colocar o lucro no bolso”, afirmou.
As ON da Vale perderam 3,16% e foram as principais detratoras por pontos do índice, em movimento que contrariou o avanço do minério de ferro em Dalian, com perspectiva de possíveis novos estímulos à economia chinesa. Segundo Fernandes, “outros dois metais em que a mineradora têm grande participação, o cobre e o níquel, também caíram hoje, pressionando os papéis da Vale”.
As ON da BRF, da JBS e as PN da Bradespar figuraram entre as maiores quedas percentuais, perdendo 4,27%, 4,22% e 3,70%. As repercussões do caso de gripe aviária registrado no Espírito Santo prejudicaram as negociações da BRF, segundo o especialista.
As ações de grandes bancos também pesaram no Ibovespa, com as PN do Bradesco caindo 1,65%, as ON Banco do Brasil, 1,22%, e as PN do Itaú, 0,57%.
Na ponta oposta, evitando maiores perdas, as ON e PN da Petrobras encerraram em altas de 0,73% e 0,95%, respectivamente, seguindo a valorização do contrato futuro do petróleo Brent nos mercados globais.
Entre as maiores altas percentuais do índice figuraram as ON de YDUQS, com avanço de 4,63%, as ON de Embraer, com 4,30%, e as PN de Gol, com 2,59%.
Investidores repercutiram declarações dos presidentes dos bancos centrais dos Estados Unidos, Zona do Euro, Reino Unido e Japão no Fórum do BCE – todos eles foram unânimes em dizer que o foco das autoridades monetárias neste momento deve ser atingir as metas de inflação, e não discuti-las.
Amanhã, o destaque do dia será a reunião do CMN no Brasil, que, segundo fontes ouvidas pela Mover, não deve mudar a meta central de inflação para 2024 e 2025, apesar da possibilidade não ser considerada uma surpresa.