Por Luca Boni
O Ibovespa opera em queda, pressionado pelas ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4). Investidores reagem a decisão do BCE que elevou as taxas de juros na zona do euro, como esperado pelo mercado. Agentes financeiros também digerem uma série de dados de atividade econômica e de balanços corporativos, tanto no exterior, quanto no Brasil. Por volta das 12h00, o Ibovespa operava em leve queda de 0,14% aos 122.389 pontos. O volume de negócios projetado para hoje é de R$21 bilhões, acima da média de 50 pregões.
Às 14h00 serão divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativos ao mês de junho. Logo depois, será anunciado o resultado do Tesouro Nacional do mês passado, que contemplará o resultado fiscal primário. A bateria de dados pode servir como um termômetro em relação à saúde da economia brasileira, em meio ao otimismo dos investidores com o país.
Entre as ações, as ON da Vale recuavam 1,96%, sendo a maior detratora do Ibovespa, em linha com a queda do minério de ferro na China em movimento de ajuste. Investidores também aguardam com cautela a divulgação, após o fechamento do pregão, do resultado referente ao segundo trimestre da mineradora, com expectativa de crescimento do lucro, segundo o TC Consenso.
As ON e PN da Petrobras caíam 3,28% e 2,71%, respectivamente, também pressionando o índice, após a estatal ter registrado uma leve queda no 2° trimestre de 0,6% na base anual na produção de barris de petróleo equivalente por dia (boed, na sigla em inglês). A produção no pré-sal bateu novo recorde trimestral, em 2,06 milhões de boed.
Os contratos futuros do petróleo Brent avançam 1,15% cotados a US$83,87 por barril, operando no maior patamar em três meses. De acordo com dados da Abicom, o preço da gasolina nos polos da Petrobras está com uma defasagem de 23% em relação aos preços internacionais.
A alta do deságio aumenta os temores entre os investidores em relação a riscos de ingerência em relação aos preços de combustíveis, uma vez que a Petrobras não fez nenhum ajuste nos combustíveis no último mês.
Na ponta oposta, entre as maiores contribuidoras até aqui estão os papéis do Assaí (ASAI3), da Weg (WEGE3) e do Carrefour (CRFB3), que sobem 8,00%, 0,64% e 3,62%, respectivamente.
Ontem, após o fechamento da sessão, o Assaí divulgou seus resultados e registrou lucro líquido de R$156 milhões no segundo trimestre, acima do TC Consenso de R$145,2 milhões, impulsionada pela conversão de lojas do Extra e uma melhora no capital de giro. A estratégia aumentou a geração de caixa operacional e permitiu reduzir a alavancagem.