Ibovespa cai com commodities, mas acumulam alta em maio

CVC (CVCB3) e BRF (BRFS3) disparam no pregão de hoje

B3/ Divulgação
B3/ Divulgação

Por: Luca Boni

O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira em queda, a terceira consecutiva, pressionado pelas ações da Petrobras e da Vale, que recuaram em linha com o mau desempenho das commodities. Os grandes bancos também pesaram sobre o movimento, enquanto a BRF e a CVC se destacaram na ponta positiva.

O Ibovespa recuou 0,58%, aos 108.335 pontos. A sessão registrou volume de R$29,3 bilhões, acima da média de 50 pregões, com entrada de ordens bastante concentrada nos minutos finais do pregão.

Apesar das baixas nos últimos pregões, o índice acumulou alta de 3,74% em maio, no segundo mês consecutivo de valorização.

As ON da Vale cederam 0,73%, a R$63,81, menor nível desde de setembro de 2022. Os papéis acompanharam os preços do contrato do minério de ferro para setembro, que cederam 0,42% na bolsa chinesa de Dalian.

As ações ON e PN da Petrobras recuaram 1,22% e 1,02%, respectivamente, com o aprofundamento da queda dos contratos futuros do petróleo. O contrato do Brent recuou 1,63%, a US$72,51 por barril.

De acordo com o head da mesa de renda variável da AVG Capital, Apolo Duarte, o mercado está atento à reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que vai acontecer no início de junho.

“Há uma expectativa a respeito de um corte de produção, mas há muita especulação no mercado em cima disso, uma vez que a Rússia parece não estar cumprindo a meta de produção e isso pode impactar a decisão”, disse Duarte.

O recuo das commodities nos mercados globais também é reflexo de receios de uma recuperação mais lenta do que o esperado da economia chinesa, após dados industriais e não industriais mais fracos divulgados na madrugada.

As ações dos principais bancos também pesaram sobre o índice. As PN do Itaú e do Bradesco caíram 0,79% e 1,21%, respectivamente, figurando entre as maiores perdas por pontos.

Na ponta positiva, as ON da BRF dispararam 11,83%, maior alta diária desde maio de 2021 e com um forte volume de negociação. O movimento ocorre após a Marfrig e o fundo saudita Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (SALIC) apresentarem uma proposta para uma injeção de até R$4,5 bilhões na dona das marcas Sadia e Perdigão.

Os papéis ON da CVC saltaram 13,42% e os PN da Azul e da Gol subiram 4,98% e 3,48%, na mesma ordem, também entre os destaques positivos do índice no dia.