Ibovespa cai com ajuste, de olho em agenda fiscal, mas acumula quinta alta semanal consecutiva

Ibovespa recuou 0,84%, aos 125.517 pontos

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Por: Luca Boni

O Ibovespa terminou a sessão desta sexta-feira em queda, em dia marcado por baixo volume de negócios devido ao fechamento antecipado das bolsas nos Estados Unidos. Com poucos catalisadores no dia, o mercado repercutiu o veto à desoneração da folha de pagamentos feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o plano de investimentos da Petrobras.

O Ibovespa recuou 0,84%, aos 125.517 pontos. A sessão teve volume de R$13,51 bilhões, abaixo da média de 50 pregões. Na semana, porém, o índice acumulou uma alta de 0,52% – essa é a quinta valorização semanal consecutiva.

Na seara política, reverberou entre operadores o veto do presidente Lula à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos, que beneficiaria 17 setores da economia até 2027. A deliberação desagradou a empresários e sindicatos, que dizem que o veto coloca empregos em risco.

Por outro lado, trata-se de uma vitória para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que o impacto da desoneração aos cofres públicos é de R$25 bilhões até 2027. O ministro defendeu o veto e ressaltou que o governo vai trabalhar para recuperar a base fiscal, sendo um dos meios o “combate aos gastos tributários”.

Entre as ações, os destaques negativos em pontos foram das ON da Vale (VALE3), da Eletrobras (ELET3) e da B3 (B3SA3), que recuaram 0,85%, 1,91% e 1,90%, respectivamente.

As maiores quedas percentuais foram das ON da Casas Bahia (BHIA3), da Magazine Luiza (MGLU3) e da Locaweb (LWSA3), que perderam 8,62%, 8,29% e 6,94%, nesta ordem. O Índice de Consumo caiu 1,46% e figurou entre as maiores quedas setoriais da B3.

Em uma sessão predominantemente negativa para as ações do Ibovespa, poucos ativos subiram, com destaque para as PN da Petrobras (PETR4), as ON da Tim (TIMS3) e as PNB da Copel (CPLE6), que avançaram 0,28%, 1,49% e 1,18%, na sequência.

No caso da estatal, investidores reagiram ao anúncio do plano de negócios para o quinquênio de 2024 a 2028, que contempla investimentos de US$102 bilhões. Na coletiva para detalhamento do plano de negócios, a empresa informou que avalia formar sociedades ou operar por meio de parcerias em suas unidades de fertilizantes.

Segundo analistas do TC Matrix, a geração de caixa da Petrobras tem capacidade de suportar o plano de investimentos da companhia e ainda pagar altos dividendos, na faixa dos R$43 bilhões, em 2024 – o que estimula a compra dos papéis.

(LB | Edição: Juliana Machado | Arte: Vinícius Martins | Comentários: equipemover@tc.com.br)