Por Luca Boni
O Ibovespa fechou a sessão desta quarta-feira (2) em queda, pressionado pelas ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4). A decisão do novo patamar da taxa de juros, que será divulgada daqui a pouco pelo Banco Central, direcionou os negócios da bolsa. O rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch também elevou o sentimento de aversão ao risco. O Ibovespa fechou em queda de 0,32%, aos 120.858 pontos, pelo segundo dia consecutivo. A sessão teve volume de R$15,6 bilhões, considerado abaixo da média.
A expectativa é para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), e o mercado é unânime ao precificar que haverá corte na taxa básica de juros – o primeiro em três anos. A maior divergência dos agentes financeiros está em relação à magnitude da redução — de 25 ou 50 pontos-base.
Para o especialista em mercado de capitais e sócio-fundador da GT Capital, Marcus Labarthe, “o mercado manteve as atenções para um só assunto, a reunião do Copom e na minha visão teremos um corte de 50 pontos-base”.
Entre as ações de destaque para as ON da Vale recuaram 1,63%, sendo as maiores detratoras do Ibovespa. Os papéis da mineradora cederam em linha com o minério de ferro, que se desvalorizou na última madrugada na China.
As ON e PN da Petrobras caíram 0,70% e 0,23%, respectivamente, também pressionando o índice. Apesar da nova política de distribuição de dividendos não ter produzido grande impacto na visão de agentes de mercado, a estatal enfrenta receios relacionados à sua política de preços e ao risco de ingerência política.
As ON da Cielo, da Locaweb e da CSN caíram 9,15%, 5,13% e 2,92%, respectivamente, figurando entre as maiores quedas percentuais do Ibovespa nesta sessão. Destaque para o forte volume de negócios registrado pelas ações da Cielo que tiveram a maior queda desde outubro de 2021.
Segundo Labarthe, as ações da Cielo despencaram, após a empresa reportar um balanço considerado frustrante por analistas. A queda de 14% na base de clientes foi vista pelo mercado “de forma bem negativa”, afirmou.
Na ponta oposta, entre as maiores contribuidoras por pontos, as ON da JBS, da Eletrobras e da Ambev avançaram 2,52%, 0,55% e 0,53%, na sequência.