Ibovespa avança e ultrapassa 117 mil pontos; na semana, índice cresceu 3,96%

Confira as informações sobre o fechamento desta sexta (9)

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Por Juliana Machado

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (9) em alta, próximo dos 117 mil pontos, impulsionado pela maior demanda por risco global. O maior destaque foram as ações da Petrobras (PETR4), que passaram por um movimento de “short squeeze” na véspera da data de corte para que investidores tenham direito ao recebimento de juros sobre capital próprio (JCP) da companhia.

O principal índice da B3 terminou o dia em alta de 1,33%, aos 117.019 pontos – no maior patamar desde 4 de novembro de 2022. Na máxima intradiária, o Ibovespa chegou a tocar os 117.602 pontos. O giro financeiro foi atipicamente forte para um pregão pós-feriado, marcando R$23,6 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 3,96%.

O movimento se deveu à expectativa cada vez mais forte para um corte de juros em maior magnitude pelo Banco Central do Brasil. O ambiente é endossado pelo exterior, onde também há a perspectiva de uma pausa no ciclo de altas de juros pelo Federal Reserve, diante de dados mais fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Em meio a um ambiente propenso, portanto, à tomada de risco, as ações de maior peso no índice subiram, caso de Bradesco ON, que avançou 2,25%, Bradesco PN, 1,69%, e Itaú PN, 1,39%. Após uma abertura mais positiva, a Vale ON acabou perdendo força e fechou em leve baixa de 0,45%.

A Petrobras PN subiu 4,88%, enquanto a ON da estatal avançou 4,81%. Analistas citaram o elevado nível de aluguel de ações da companhia, que está nos maiores patamares históricos e que sinaliza um alto grau de posições vendidas – “short” – no papel. Isso porque, para apostar na queda da ação, o investidor deve alugar o papel de outro e, em seguida, vendê-lo; depois, o investidor recompra o papel para devolvê-lo ao detentor, embolsando o lucro da operação, caso o ativo tenha caído, ou o prejuízo, se houve alta.

Com o avanço da cotação da Petrobras ao longo da sessão, muitos investidores acabaram forçados a abandonar essas posições vendidas – fenômeno conhecido como “short squeeze”.

“O que identificamos é um dia de tomada de risco no mercado por conta da queda esperada de juros e muita gente estava ‘short’ em Petrobras. Esse ambiente leva as pessoas a se desfazerem das posições”, afirmou o gestor dos fundos de previdência da RPS Capital, Gustavo Fabricio.

Além disso, investidores que desejam receber o pagamento de JCP da Petrobras para os dias 17 de agosto e 20 de setembro deverão deter posições em 12 de junho, um elemento que contribuiu com a alta procura pelo papel.

Ainda nos destaques positivos, muitos papéis marcaram hoje máximas históricas, caso da Petrobras PN, Banco do Brasil ON, Cemig PN, Direcional ON, Energias do Brasil ON e Equatorial ON. Na liderança das altas do Ibovespa, a CVC ON subiu 9,86%, após a companhia confirmar que prepara para uma oferta de ações de até R$200 milhões, com coordenação de Citi e Itaú.